Para quem vive da Páscoa, como alguns dos moradores de Pomerode, o período foi de adaptação. As ruas lotadas de visitantes para a Osterfest deram espaço ao silêncio incomum nesta época do ano na cidade do Vale do Itajaí. Isto porque, com a necessidade de frear a contaminação pela Covid-19, a 12ª edição da festa precisou ser encerrada muito antes do previsto. Começou no dia 12 de março, chegou a contar com os visitantes em um final de semana, mas foi suspensa no dia 18. O cancelamento gerou prejuízos, de acordo com a Associação Visite Pomerode, que serão amargos, porém necessários para preservar a saúde.
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– Nosso sentimento é de tristeza. Mas também temos o sentimento de que se evento acontecesse em meio a todo esse caos, seria pior. O importante é que as vidas sejam preservadas. No ano que vem terá Osterfest novamente, ainda mais bonita e colorida – comentou o presidente da Associação Visite Pomerode, Manfredo Goede.
Segundo Goede, o impacto negativo pode ultrapassar R$ 20 milhões, já que este é o valor apenas do aporte de investimentos na festa. Comércio local, setor turístico, hotelaria, restaurantes, além da venda de chocolates e produtos típicos de páscoa ainda não projetaram as perdas, mas já se sabe que precisarão de alternativas para fechar as contas.
A produtora de bolachas artesanais Luzinete de Oliveira, por exemplo, apostou nas promoções e ações pelas redes sociais para enfrentar o cancelamento da festa. Os pedidos, conforme a empreendedora, reduziram cerca de 70%. A alternativa foi encontrar parcerias no comércio local, como padarias e supermercados, para vender os produtos. Outra estratégia foi o reforço no delivery.
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Para quem ficou com o gostinho pouco doce de ver a Osterfest cancelada, pode celebrar uma boa notícia. A 13ª edição da festa, em 2021, será mais longa. Marcado para acontecer de 11 de fevereiro a 4 abril, o evento terá oito fins de semana disponíveis para visitação, ou seja, três a mais do que o previsto para ocorrer neste ano. E com a decisão, o primeiro fim de semana da festa será no Carnaval, tornando-se uma opção para quem quer curtir a folia longe dos blocos e dos desfiles de escolas de samba.
Prejuízos de páscoa são nacionais, aponta pesquisa
De acordo com o levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio/SC), a Páscoa já teria o consumo reduzido mesmo antes da quarentena. Neste ano, conforme dados de uma pesquisa feita antes das medidas de isolamento social, a expectativa do gasto médio para o Estado era de R$ 149,11.
Isto representa uma queda de 5,3% em relação à intenção de gasto de 2019. Porém, com o fechamento de lojas e o pedido para que todos fiquem em casa, a queda do valor médio gasto por cada consumidor pode ser ainda maior.
No Brasil, o cenário não é diferente. As vendas da Páscoa em 2020 devem registrar queda histórica de 31,6% em relação a 2019. Se for confirmada, representará perda de R$ 738 milhões para o setor de comércio. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O estudo da CNC, indica ainda que o faturamento do varejo deve alcançar R$ 1,5 bilhão esse ano. No ano passado, ficou em R$ 2,3 bilhões.
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