Mais uma vez o rio do Brás, em Canasvieiras, Norte da Ilha, está coberto de plantas macrófitas, que evidenciam a mesma situação desde 2018: a poluição. O presidente do Instituto SOS Rio do Brás, que busca a revitalização deste rio e promove conscientização ambiental, José Sardá, disse que diante da atual situação do rio, será necessário fazer um experimento de oxigenação para melhorar a qualidade do curso hídrico. Segundo ele, o experimento está em andamento com a parceria da Casan e aguarda aprovação da Floram.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
— Esse experimento não vai resolver a situação de poluição do Rio do Brás, mas vai mitigar e dar mais qualidade para aquele ambiente — pondera o presidente.
Sardá atribui o aparecimento dessas plantas ao fechamento definitivo da foz, realizado pela Prefeitura de Florianópolis. Após essa ação, o rio não deságua mais no mar, o que ele considera um erro.
— Hoje, o que o Instituto quer é dar vida ao rio por meio da oxigenação — ressalta Sardá.
Continua depois da publicidade
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis informa que todas as residências que ficam próximas ao rio foram inspecionadas pela equipe do programa Se Liga na Rede. “Com a realização de alguns lacres em pontos de descarte irregular, à época, todos os imóveis já encontram-se adequados. Em relação às macrófitas, haverá uma ação de retirada ainda este mês”.
Rio está sem oxigênio
O professor de Botânica da UFSC e conselheiro consultivo do Instituto SOS Rio do Brás, Paulo Horta Júnior, explica que a poluição do rio acaba aumentando a disponibilidade de substâncias que funcionam como fertilizantes, que são as fontes de nitrogênio e fósforo. À medida que isso acontece, essas plantas dominam toda a superfície da água fazendo com que a luz não entre, e o fundo do rio fica sem oxigênio.
— Precisamos resolver a causa do problema, que não é a macrófita, e sim a poluição que precisa ser resolvida. A macrófita pode ajudar a manejar o problema, quando utilizada adequadamente — explica o professor.
O que diz a Casan
Em nota, a Casan informou que suas atividades não causam o aumento das plantas macrófitas no Rio do Brás.
Continua depois da publicidade
“A Companhia realiza manutenções preventivas na estação elevatória de esgoto da região, o que garante a ausência de poluição vinda das suas instalações. A Casan também tem uma Unidade de Recuperação Ambiental (URA) que desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade do rio.”
Além disso, a Companhia ressaltou que a maior parte da bacia hidrográfica do Rio do Brás possui rede coletora implantada.
“A Companhia está empenhada na fiscalização das ligações clandestinas, mas é fundamental que todos executem suas ligações de esgoto corretamente à rede, para evitar que aconteça a contaminação.”
Leia também
Governo federal prevê R$ 773 milhões a mais para Educação de SC em 2024
BR-470 em Rio do Sul vai ficar fechada por pelo menos sete dias, estima DNIT
Mais de 200 motoristas são flagrados embriagados nas rodovias federais de SC no carnaval