A chance do Brasil sediar as Olimpíadas de 2016 pode ir por água abaixo se o Rio de Janeiro não melhorar os índices de poluição, principalmente quanto ao esgoto que é lançado sem tratamento nas lagoas e no oceano. O alerta foi feito nesta sexta pela secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira. Ela participou de um encontro para debater os impactos que as mudanças climáticas podem trazer à cidade.
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Izabella também chamou atenção para a poluição causada pelos automóveis, que podem deixar o ar da cidade esfumaçado, parecido como o de Pequim, onde se realizam os Jogos Olímpicos.
Um dos capítulos obrigatórios pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) é a questão ambiental. Hoje, isso é uma variável decisiva, que está no centro das decisões de qualquer iniciativa global. O Rio de Janeiro tem uma beleza natural, que é um valor ambiental fantástico, mas também tem um grande desafio, que é resolver a questão do saneamento, disse a secretária-executiva do MMA.
Para ela, o problema ambiental também está relacionado ao sistema de transportes na cidade, baseado no uso de veículos movidos à derivados de petróleo, com uma frota de automóveis crescente. A cidade do Rio tem que caminhar na direção dos transportes coletivos, principalmente o metrô, sentenciou Izabella.
A secretária de Ambiente do Rio, Marilene Ramos, também alertou sobre a gravidade do problema, pois o Brasil compete com outros países para trazer as Olimpíadas e problemas ambientais podem tirar pontos decisivos na disputa.
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Uma das questões que nós vamos enfocar no plano que apresentaremos no caderno de encargos em fevereiro do próximo ano é o enfrentamento das questões ambientais aqui no estado. Estamos trabalhando fortemente na construção de um pacto pelo saneamento e num plano de enfrentamento de mudanças climáticas para definir o que vamos fazer até 2016 para receber esses atletas com um estado ambientalmente melhor, disse a secretária.
Se nós não mostrarmos que temos condições de ter a Baía de Guanabara e as lagoas de Jacarepaguá despoluídas e qualidade do ar adequada, dificilmente nós vamos conseguir nos classificar para termos essas Olimpíadas aqui, assinalou Marilene.
O Brasil já concorreu duas vezes para sediar as Olimpíadas, em 2004 e 2012, e foram justamente os problemas ambientais que ajudaram a tirar pontos do país.