A poluição do ar é uma das causas modernas de infertilidade masculina, de acordo com estudo do urologista Jorge Hallak, coordenador da Unidade de Toxicologia Reprodutiva e de Andrologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
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– Aqueles que respiram muita poluição têm uma maior concentração de radicais livres no sangue, o que causa um esperma de qualidade inferior até mesmo ao de homens inférteis – relata o especialista.
Os números mostram que, dos 748 homens pesquisados, 500 apresentaram algum tipo de alteração na fertilidade. Os participantes do estudo eram trabalhadores que inalaram o ar de grandes vias públicas, como motoristas de ônibus e de táxi.
A explicação para a infertilidade está no combustível usado nos automóveis.
– Existe uma grande quantidade de metais pesados na gasolina nacional, o que afeta diretamente o organismo – afirma o urologista, acrescentando que a solução a curto prazo é paliativa: – O uso de máscaras com filtros já evitaria boa parte do problema.
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Atualmente, 15% da população masculina mundial é infértil, taxa maior do que a de infertilidade feminina. Além da poluição, outros fatores podem causar a deficiência, entre eles estresse, tabagismo, obesidade, sedentarismo e uso de anabolizantes.
Apesar dos dados serem alarmantes, dois terços dos casos de infertilidade masculina podem ser revertidos se forem diagnosticados e tratados.
– Os homens têm de perder a cultura machista que se instalou no país e frequentar o urologista, assim como as mulheres procuram seus ginecologistas – aconselha o médico. – Os tratamentos são simples e rápidos, mas é preciso que os hábitos ruins fiquem no passado.