A troca de olhares entre Geneci e Ronaldo Possamai começou no fim de 1989, quando, por ironia do destino, os dois se encontraram em um ônibus que saía de Quilombo, no Oeste de Santa Catarina, em direção a Chapecó.
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A catarinense e professora de biologia estava indo visitar a irmã, e ganhou companhia durante os 57 quilômetros de viagem. Era Ronaldo, que perguntou a ela se podia sentar- se no banco ao lado antes de realmente a cumprimentar. Nascia ali um amor jamais imaginado.
Aqueles 90 minutos de viagem entre uma cidade e outra foram poucos para tantos assuntos a serem conversados. No destino final, cada um seguiu o seu caminho e sem troca de número de celular – já que os dois não tinham aparelho naquela época.
No entanto, quando Geneci entrou no ônibus de volta para Quilombo, no outro dia, teve uma surpresa: o número de sua poltrona, marcado pela empresa de viação, era ao lado de Ronaldo.
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— Fui sentar e ele estava sentado, o banco dele era ao lado do meu. Ele lia um jornal, e eu fiz a mesma coisa que ele: perguntei se podia sentar ao lado. Mas eu teria que sentar mesmo, porque era poltrona marcada, diferente da ida que não era, mas ele pediu para sentar ao meu lado — relembra.
Mais uma vez, os 57 quilômetros de viagem ganharam um novo sentido. Geneci tinha, na época, 20 anos, e Ronaldo 29, mas o fim da viagem acabou novamente com a conversa. No entanto, os corações já tinham se encontrado ali.
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Desde então, todas as vezes que a catarinense ia até o banco da cidade resolver situações financeiras, Ronaldo estava lá. Ambos eram moradores de Quilombo, Geneci professora do Estado de Santa Catarina, e Ronaldo dono de um cartório na cidade.
O encontro seguinte aconteceu quando a professora foi até a casa do pai, na cidade de Formosa do Sul, e o escrivão apareceu em frente à residência, a pé.
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— Eu não sabia o que ele era da vida. Eu estava lavando a calçada e quando vi ele, saí correndo trocar a camiseta, porque estava suja. Meu pai começou a conversar com esse rapaz, ele ficou um pouco lá, conversou comigo e foi embora — conta a professora.
Os 20 minutos da visita inusitada acabaram rapidamente, mas a história de amor teve continuidade com um convite de aniversário na semana seguinte.
Geneci chegou na casa do tabelião para a festa e percebeu que o “evento” não existia, teria sido feito só para ela. Ronaldo comprou o bolo preferido da professora – sabor nozes – para comemorar, e logo depois o primeiro beijo finalmente aconteceu.
Os dois começaram a namorar. Em maio de 1991, o casal trocou alianças na igreja de Formosa do Sul.
— Um ano e dois meses depois de namorar, eu casei com o tal do Ronaldo José Possamai — comenta.
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Os dois continuaram residindo em Quilombo. Em 1996, o casal teve uma filha – que hoje tem 26 anos. A família vive em Xanxerê desde então.
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Nesses mais de 30 anos que o casal compartilha os momentos da vida, Geneci fez mestrado e Ronaldo fez três concursos, passou em todos e atualmente trabalha na Câmara de Vereadores do município.
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— 4 de maio completou 31 anos [de casamento] e com certeza vamos ficar mais 30 porque temos uma vida tranquila. Somos muito parceiros, ele é um amor, atencioso e penso que também sou (…) Somos super felizes, ele é um amado!! Tenho uma família maravilhosa — conclui.
Maria Laura, filha do casal, reside atualmente em Florianópolis, onde a família comemoraria os 30 anos de casamento entre Geneci e Ronaldo, mas com a pandemia a festa foi adiada. Os planos, no entanto, ainda não acabaram, e os dois devem vir até a Ilha de SC para comemorar a união que teve início em um ônibus há 33 anos, quando a catarinense foi surpreendida com um pedido: “Posso sentar ao seu lado?”
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