A presença de robôs nas fábricas não é novidade. Em atividades mais agressivas, há décadas ele substitui a presença humana. Só que os tradicionais são robustos, requerem adaptação de espaço e uma estrutura ao redor para isolá-los. A empresa de tecnologia Pollux Automation, com sede em Joinville, decidiu apostar nos robôs colaborativos, que podem ser inseridos de forma mais simples na linha de produção.
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Ele chega com o papel de realizar tarefas repetitivas em aplicações de montagem em geral. O robô pode ser fixado na linha produtiva e até em bancadas, conforme o modelo. O menor, que chegará em breve ao Brasil, pesa 3 kg, e o maior, 10 kg. O comprimento é de aproximadamente 1,30 metro.
O projeto começou no final de 2013, quando a Pollux trouxe para o Brasil uma tecnologia desenvolvida pela empresa dinamarquesa Universal Robots, a primeira a apresentar a solução mundialmente. Desde então, a empresa já conquistou clientes como Whirlpool, Tramontina (RS) e Renault (PR), que decidiram testar a novidade de forma experimental. Neste ano, a Pollux vai investir R$ 10 milhões para conseguir implantar pelo menos 100 robôs colaborativos no Brasil.
Internamente, o projeto possibilitou a criação de uma divisão especial e de uma equipe de vendas dedicada. Com isso, o quadro de funcionários passou de 90 para 110 profissionais. O próximo passo é conseguir aporte financeiro de fundos que costumam investir em companhias em crescimento para dar um salto ainda maior.
– Analisamos o cenário, vimos que há oportunidade de crescer e decidimos apostar – conta o diretor de novos negócios, Natanael Kaminski.
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Investimento se paga com a economia gerada
Segundo Natanael, a automatização é uma tendência mundial em virtude da pressão por redução de custos e disponibilidade de mão de obra. Um estudo da consultoria McKinsey, realizado em 2013, mostra que de 15% a 25% dos postos de trabalho industriais em países desenvolvidos serão automatizados até 2025. Nos países em desenvolvimento como o Brasil, a proporção será de 5% a 15%.
A estratégia da Pollux para atrair a atenção da indústria neste cenário de incertezas é utilizar a modalidade de locação. Segundo o executivo, o valor do aluguel do pacote, envolvendo produto e serviços, varia conforme o projeto, mas a expectativa é de que o investimento se pague com a economia gerada a partir de ganhos de produtividade e qualidade.
Cálculos da Pollux indicam uma perspectiva de redução de custos para a empresa cliente de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cada robô em operação. No cenário econômico atual, a solução torna-se mais atrativa para as empresas que operam em três turnos.