As eleições municipais marcadas para outubro começarão a ser decididas a partir da próxima quarta-feira, quando os partidos que pretendem lançar candidatos a prefeito, a vice e a vereador poderão realizar as convenções partidárias para a definição dos concorrentes. O prazo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) termina no dia 5 de agosto – até lá, coligações ainda podem ser feitas e desfeitas. Mas o trabalho de bastidores já está encaminhado a ponto de não haver segredo quanto aos nomes mais cotados para as urnas nas três maiores cidades catarinenses: Joinville, Florianópolis e Blumenau já têm praticamente definidos seus pré-candidatos, com pouca margem para dúvidas nas principais cabeças de chapa.

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As interrogações ainda pairam nas escolhas da maioria dos vices, normalmente decididas na amarra final das coligações. Com exceção da Capital, que não terá a figura do prefeito Cesar Souza Junior (PSD) devido à desistência dele em tentar a reeleição, as demais candidaturas reservam poucas surpresas, com rostos já bastante conhecidos do eleitorado – Joinville tem no páreo três pré-candidatos familiarizados ao gabinete do prefeito, entre eles o atual chefe do Executivo, Udo Döhler (PMDB).

Em Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB) também tenta um novo mandato. A lista dos demais prováveis concorrentes ainda tem em grande número candidatos de campanhas anteriores e que tentam uma nova chance de eleição. A própria candidatura de Angela Amin, ex-prefeita de Florianópolis, ganhou força a partir do momento em que Cesar Souza Junior deixou a disputa. O primeiro turno das eleições para escolha de prefeito, vice e vereador será no dia 2 de outubro.

Joinville

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As cartas já lançadas à mesa na disputa eleitoral em Joinville escondem poucas surpresas e acumulam figuras repetidas de campanhas anteriores, incluindo os três últimos vencedores. Além de Udo Döhler (PMDB), candidato à reeleição, outros dois nomes na disputa já ocuparam o gabinete do prefeito e disputaram votos entre si em 2012: Carlito Merss (PT), eleito em 2008, e Marco Tebaldi (PSDB), mais votado em 2004.Ex-prefeitos haviam medido forças na corrida eleitoral em Joinville pela última vez apenas em 1992, quando Wittich Freitag superou Luiz Henrique da Silveira – esta será a primeira eleição nas últimas quatro décadas em que LHS, candidato quatro vezes e vitorioso em três oportunidades, não terá participação direta ou indireta na corrida. Outros três pré-candidatos do momento já apareciam nas urnas em 2008: Rodrigo Bornholdt (PDT), Darci de Matos (PSD) e Dr. Xuxo (PP). Na época, Xuxo era o vice da chapa liderada por Mauro Mariani, mas desta vez tem pretensões de ser cabeça de chapa e concorrer a prefeito. Kennedy Nunes (PSD), derrotado em segundo turno nas eleições passadas, deu lugar a Darci por ter feito menos votos como deputado em 2014. A lista fica completa com Ivan Rocha (PSOL), Marcos Soares (PEN) e Valmir Santhiago Jr. (Rede). As maiores coligações estão concentradas em Udo, Tebaldi, Carlito e Darci. Se as convenções confirmarem esse quadro, o atual prefeito contaria com a maior estimativa de tempo de horário eleitoral em rádio e TV. A soma considera a aliança formada por PMDB, PTB, PSC, PCdoB, Pros e PTC. Por enquanto, há equilíbrio nas previsões para Darci, Tebaldi e Carlito. Tebaldi só deve apontar um vice na reta final das convenções. Apesar das especulações envolvendo o padre Ivam Macieski, a vaga de vice de Carlito pode ser encaminhada para o empresário José Rodrigues. Na chapa de Darci, o número dois deve ser indicado pelo PSB. O atual vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) até pretendia continuar com Udo Döhler. Mas, como o PSB tem outros planos, Coelho tentará uma vaga na Câmara e Udo terá de buscar outro aliado para vice.

Blumenau

As urnas em Blumenau mais uma vez terão os rostos de Napoleão Bernardes (PSDB), candidato à reeleição, e do deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD), derrotado no segundo turno pelo atual prefeito em 2012. Terceira mais votada nas eleições passadas, a deputada estadual Ana Paula Lima (PT) desta vez fica de fora e dá lugar a Valmor Schiochet como o nome do PT na disputa.O PMDB, que poderia engrossar a aliança no projeto de reeleição de Napoleão Bernardes, se distanciou do atual prefeito e acena o lançamento de uma chapa própria, encabeçada pelo médico Marcelo Lanzarin. Sem acordo com o PMDB, chapa majoritária de Napoleão está praticamente fechada com o vereador Mário Hildebrandt (PSB) de vice. Antes especulado em possíveis coligações, inclusive com Napoleão, o comunicador Alexandre José (PRB) tem em seu futuro um ponto de interrogação: como as tratativas para ser vice numa aliança de força parecem não deslanchar, como numa eventual chapa com Jean Kuhlmann, a saída cogitada é apostar em candidatura própria, mas partidos menores como o Pros e o PSC podem não acompanhá-lo nos planos, migrando para a campanha do atual prefeito.Na esquerda, o PT do professor Valmor Schiochet ainda busca apoio e chegou a abrir mão de encaixar um vice na campanha do deputado estadual Ivan Naatz, que concorre em chapa própria pelo PDT. Partidos como o PSOL e Rede estariam mais próximos de Arnaldo Zimmermann, com pré-candidatura pelo PCdoB – Georgia Faust desistiu da candidatura pelo PSOL.

Florianópolis

Quem mais concentra as expectativas quanto ao futuro da cadeira deixada por Cesar Souza Junior (PSD), que desistiu de tentar a reeleição em Florianópolis, são Gean Loureiro (PMDB) e Angela Amin (PP). A ex-prefeita conta no trabalho de bastidores com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio (PSD), enquanto o deputado estadual, segundo mais votado nas eleições de 2012, tem a bênção de Eduardo Pinho Moreira (PMDB).Moreira também trabalha para costurar uma coligação entre PMDB e PSDB na Capital. Os tucanos, no entanto, ainda não decidiram de que lado vão ficar, mas devem acenar logo. Já o governador Raimundo Colombo (PSD) está fechado com Rodolfo Pinto da Luz (PSD), ex-secretário municipal de Educação e ex-reitor da UFSC. Fora do páreo, Cesar Souza Junior também promete apoiá-lo na campanha. Terceiro nome mais lembrado pelos eleitores em 2012, a deputada federal Angela Albino (PCdoB) não era uma certeza para a disputa em outubro, mas a cotação positiva em pesquisas recentes a levaram a construir um projeto de campanha. O sucesso de Angela Albino pode estar ligado ao apoio dos partidos de esquerda, mas concorrentes como Elson Pereira (PSOL), quarto candidato mais votado em 2012, prometem pulverizar os votos. O Partido dos Trabalhadores vai para a disputa com o advogado Gabriel Kazapi numa candidatura de estreia e sem maiores pretensões.Assim, uma composição unificada entre a esquerda é pouco provável. Ex-secretário de Planejamento do governo Colombo, Murilo Flores (PSB), que nunca disputou eleições, mantém a intenção de ser cabeça de chapa.

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