O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta segunda-feira em Madri que a reunião prevista para sexta-feira em Roma entre ele, o chefe do governo italiano, Mario Monti, e a chanceler alemã, Angela Merkel, foi adiada para o mês de fevereiro. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada em conjunto com o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que o recebeu em Madri.

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Durante a entrevista, o presidente francês e o colega espanhol Mariano Rajoy relativizaram a importância do rebaixamento da nota da dívida soberana dos dois países pela Standard & Poor’s e defenderam a imposição de um imposto para as transações financeiras e as políticas de ajuste para superar a crise da zona do euro.

A agência rebaixou na sexta-feira a classificação da dívida da França de triplo AAA para AA+. Porém, nesta segunda-feira, Moody’s decidiu manter o triplo AAA para o país.

Sarkozy se negou a responder a pergunta de um jornalista sobre se este rebaixamento representava um fracasso para a França. Posteriormente, esclareceu que essas decisões não alterarão a sua política econômica.

– Na França e na Espanha, as agências de classificação não são as responsáveis por definir as políticas econômicas. A França tem que reagir, mas com sangue frio. Não há por que supervalorizar (a decisão) – disse Sarkozy en coletiva de imprensa em Madrid.

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– Temos que reduzir nossos déficits, nosso gasto, melhorar a competitividade as economías para retomar o crescimento econômico – agregou.

Standard & Poor’s também rebaixou a nota da Espanha em dois graus, de AA- a A+. Rajoy assinalou que as políticas econômicas do país já estão bem definidas.

– Ao final, o mais decisivo é que a Europa atue e que cada um em seu país marque o seu próprio caminho. Se nós, os países da União Europeia, cumprirmos com nosso dever e em conjunto fazer as coisas com rapidez, agilidade, realismo e sentido comum, vamos superar esta crise em pouco tempo.

Em sua primeira entrevista bilateral com outro mandatário depois de assumir o cargo, Rajoy expressou pela primeira vez o seu apoio à proposta da França de criar um imposto sobre transações financeiras, a chamada taxa Tobin.

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– Como podemos dizer ao cidadão que haverá aumentos de impostos mas que a taxa sobre transações financeiras não tem que existir? Necessitamos que a taxa se imponha em toda a União Europeia, mas pelo mundo inteiro seria melhor – questionou Sarkozy.

– Quanto mais rápido se faça, melhor será – acrescentou Rajoy.