Dona Maria Terezinha de Souza, 67 anos, moradora de Forquilhinhas, São José, acompanhou a construção, a parada, a retomada e ainda espera pela abertura da policlínica do bairro, que está sendo construída na Rua Vereador Manoel Mariano há seis anos. Na placa instalada na frente do futuro complexo de saúde, a data indicada para a entrega da obra seria 30 de agosto de 2016. Cinco meses depois, a Prefeitura da cidade confirma uma nova data: o espaço será aberto para a população até o final de abril
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A estrutura está melhor do que em julho do ano passado, quando a Hora esteve no local. O prédio conta com azulejos, pintura e os tapumes foram retirados. Uma mudança do projeto original, tomada neste mês pela prefeitura, foi a alteração do pronto-atendimento comum para 24 horas.
A Policlínica de Forquilhinhas terá quatro andares: um para o pronto-atendimento, que será no térreo e que contará com uma base do Samu; centros de referência da Saúde para Mulher e Criança; centro de especialidade odontológica; laboratório municipal; laboratórios para exames de sangue, ultrassom; e consultas com especialidades médicas diversas.

A pensionista Maria disse que será um alívio uma estrutura dessa aberta no bairro. Só o postinho de saúde, acredita, não dá conta da demanda.
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— Eu marquei em outubro uma mamografia porque tenho cistos, mas até agora não me chamaram para fazer o exame. Nem para exame de sangue, que é uma coisa mais simples, me chamaram. Acho que a policlínica vai ajudar a diminuir as filas — contou a moradora.
A recepcionista Greicy Faller, 25 anos, moradora de Picadas do Sul, comunidade próxima a Forquilhinhas, contou que já marcaram uma consulta médica para ela na Unidade de Pronto-Atendimento de Campinas, porque em Forquilhinhas o espaço segue fechado. O problema é que Campinas fica longe para os moradores da região.
— Aqui perto seria bem melhor. Os moradores daqui poderiam vir caminhando, porque é numa área central da região, e não precisariam mais pegar ônibus para se consultar ou buscar por uma emergência — observou a recepcionista.
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O fiscal Carlos Dias, 50 anos, mora em Forquilhas e também utilizaria o serviço da policlínica. Por enquanto, não tem jeito: encara a fila do postinho de saúde.
— O número de moradores dessa região aumentou demais. Só o posto de saúde e o postinho do Lisboa não dão conta. Precisa abrir logo — torce o morador.
Quase seis anos de espera
A Policlínica começou a ser construída em 2011 e deveria ser entregue em 2012, mas por uma série de problemas no projeto, as obras foram paradas no ano seguinte. A UPA, que seria construída no local, também foi desabilitada pelo Ministério da Saúde por falta de espaço. A obra total estava orçada inicialmente em R$ 5,8 milhões, com recursos do Governo Federal e do Município.
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De acordo com o descrito na placa, o valor total está orçado em R$ 8.149.822,36. Segundo o secretário-adjunto da Saúde de São José, Udo Hawerroth, a estrutura foi construída em sua maioria com recursos próprios da prefeitura. Foi assinado um convênio de R$ 1 milhão com o governo do Estado para as obras finais e a compra de alguns equipamentos.
Demora
A abertura da policlínica ainda no ano passado foi afetada pela crise econômica que a cidade e a região vivia e por causa de um problema com uma empresa que venceu a licitação para a instalação dos elevadores do prédio, segundo explicou o secretário-adjunto.
— A empresa faliu e fomos autorizados pela Justiça para a compra de dois elevadores. E este trâmite, de entrar na Justiça, atrasou consideravelmente — explicou.
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Agora, afirma Udo, um grupo técnico realiza um estudo para identificar qual será a demanda de atendimento da policlínica para definir o número de trabalhadores que atuarão no local.
— Todos os servidores que vão atuar no pronto-atendimento serão chamados por um concurso que já foi realizado — afirmou Udo.
Os funcionários dos Centros de Referência e especialidades podem ser transferidos de outros setores, dependendo do que indicar o estudo.
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