Somente nesta quinta-feira e na quarta-feira, véspera de Corpus Christi, 11 pessoas morreram em acidentes de trânsito nas estradas federais e estaduais de SC. Outros dois óbitos foram registrados nas ruas de Blumenau. Considerando o número como alarmante, as polícias rodoviárias pretendem intensificar a fiscalização com radares, especialmente no domingo, dia com previsão de tráfego intenso no retorno do feriadão.

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Confira quais foram as vítimas até agora

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Santa Catarina registrou seis mortes somente nas BRs que cruzam o Estado no começo da Operação Corpus Christi. É a mesma quantidade de fatalidades que ocorreram em Minas Gerais em igual período.

– MG sempre foi primeiro lugar disparado em número de mortes e agora nos igualamos a um Estado cuja malha viária é quase três vezes maior que a nossa, com uma população muito maior – diz o inspetor da PRF Luiz Graziano.

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A Polícia Militar Rodoviária de SC (PMRV) também informa que aumentará o número de radares móveis nas rodovias estaduais, onde cinco pessoas morreram. O major Fábio José Martin, aponta a imprudência como a principal causa dos acidentes.

– Excesso de velocidade, ultrapassagem em local não permitido, forçar ultrapassagem. O que a gente nota é que em todo feriadão a imprudência aumenta, apesar dos esforços de conscientização – afirma.

Entrevista com chefe de Comunicação da PRF, Luiz Graziano

DC – O que aconteceu para termos um trânsito tão violento no começo deste feriado?

Graziano – Realmente foram muitos acidentes. A média em geral são duas mortes por dia e já no primeiro foram seis. Não teve um grande acidente, como ano passado. Na quarta-feira foram seis acidentes graves, cada um com um morto. Veja que não teve nenhum na BR-101, onde geralmente ocorrem mais acidentes. Todos eles ocorreram em rodovias de pista simples e por causa de imprudência, ou do pedestre ou do motorista. Pelas fotos registramos um veículo que estava a 182km/h e quase 4,7 mil imagens de veículos em excesso de velocidade. Em Araranguá, de 26 veículos abordados, 21 foram multados por falta de cinto de segurança. O pessoal tem que contribuir. O que faz a diferença é você respeitar as normas.

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DC – As campanhas de educação não estão dando certo?

Graziano – O que eu vejo é que o trânsito é um reflexo da nossa sociedade, que é muito mal educada. Nós estamos estressados, não respeitamos as normas em geral, sempre querendo levar vantagem. O que falta é educação como um todo. O trabalho de educação no trânsito é pequeno e tímido, mas a gente precisa de uma mudança cultural. No transporte mesmo, temos que começar a optar por transporte coletivo. É um conjunto de fatores que faz nosso trânsito ruim. A educação no trânsito já é tímida e sozinha não vai resolver todos os problemas. A curto prazo fazemos este trabalho de fiscalização, mas no longo prazo nós temos que investir em mudança cultural da nossa sociedade.

DC – Como será intensificada a fiscalização no retorno?

Graziano – A estratégia vai continuar a mesma. A abordagem é multar hoje e o pessoal, no retorno, os motoristas ficam mais atentos. No começo de feriado as pessoas começam com ansiedade, de sair, viajar, e acabam cometendo besteiras. No retorno vamos aumentar a intensidade, com mais presença policial nas rodovias e mais radares em trechos de risco.

DC – Só multa resolve?

Graziano – A certeza da punição é mais importante que o valor da multa. Quando você duvida da fiscalização, aí comete a comete a infração. Queremos trabalhar a certeza da punição. Fazendo as imagens no radar, notificando, colocando no sistema, obrigando a pagar multa. Mas é um trabalho lento. Aquele que foi multado já cometeu uma imprudência e gerou uma situação de risco. É um trabalho de formiguinha mesmo.

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