O reforço no policiamento da Grande Florianópolis e das ações de investigação especializada no combate ao crime organizado são as duas principais medidas tomadas pelas polícias Militar e Civil em Santa Catarina após quatro ônibus incendiados na segunda-feira de Carnaval, na Capital.
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As forças de segurança afirmam que não há por enquanto nenhuma informação concreta de que tenha havido ataques planejados por alguma facção criminosa.
Consultados pelo DC, policiais experientes que trabalham com investigações sobre o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) afirmam que após mortes de criminosos em confrontos – foram quatro recentemente com a PM em Florianópolis – é comum que as quadrilhas tentem chamar a atenção praticando crimes nas ruas em represália.
Isso pode ter acontecido no ataque na Vargem Pequena, no Norte da Ilha, ao ônibus da concessionária Fenix, às 23h45min de segunda.
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Os bandidos fizeram um disparo dentro do ônibus, roubaram os pertences do motorista e do cobrador e, aos gritos de “perdeu”, saíram em uma moto escura.
A suspeita é que um dos fugitivos do Presídio de Florianópolis John Leno Oliveira da Silva tenha sido um dos dois assaltantes que incendiaram o coletivo.
Bastante nervosa, uma passageira o reconheceu após ver a sua foto. John Leno e mais oito presos escaparam pela caixa de esgoto da cadeia na manhã de segunda-feira. Até a tarde desta terça, apenas um detento foi recapturado.
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John Leno é do Norte da Ilha, região em que também morava Patrik Nascimento, morto em troca de tiros com a PM no sábado, no Saco Grande. A polícia afirma que Patrik era líder local do PGC.
O comando da PM, em nota divulgada nesta terça-feira, afirmou que o policiamento na região foi reforçado, que apoia a Secretaria da Justiça e Cidadania (ações em presídios) e que aguarda laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) sobre as reais causas do incêndio aos três ônibus no estacionamento ao lado da passarela Nego Quirido.
“Os fatos estão em análise”
Indagado pelo DC na tarde desta terça-feira, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Artur Nitz, disse que os incêndios aos ônibus estão sendo analisados e há acompanhamento da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) com as equipes especializadas em apurações sobre o crime organizado.
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– Os fatos ainda estão em análise. Estamos em alerta, as investigações sobre facções são constantes e a Deic foi comunicada, além das forças de inteligência – disse Nitz, em tom de cautela.