Os serviços de inteligência das polícias Militar e Civil do Paraná iniciaram uma investigação para esclarecer a participação de presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) – organização criminosa de São Paulo, com atuação na maior parte dos Estados brasileiros – no motim da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC). A rebelião, que durou cerca de 45 horas, terminou na madrugada de terça-feira, com saldo de cinco mortos, dois deles decapitados, e 25 feridos, sendo oito com gravidade.
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– Sabemos que o PCC teve influência no que aconteceu. Mas também soubemos que, na hora da rebelião, muitos presos dizem ser do PCC para impor respeito – relata Cezinando Paredes, diretor-geral do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen), que é ligado à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).
Paredes disse que a apuração terá como foco determinar quem, entre os detentos, é realmente ligado à organização criminosa paulista. Serão revistos processos, feitos interrogatórios e buscadas ligações com quadrilhas de São Paulo. A identificação é fundamental para que as autoridades possam se organizar para evitar futuras rebeliões entre a população carcerária, que soma 19 mil presos no Paraná.
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Pilha de escombros
Inaugurada em 2007, as instalações da PEC foram seriamente danificadas pelos presos. Um grupo de engenheiros iniciou um levantamento para saber a extensão dos danos e o custo para a recuperação da estrutura.
– Assim que o levantamento dos engenheiros ficar pronto, nós poderemos estabelecer um prazo para o funcionamento pleno da casa – calcula Paredes.
A população carcerária da PEC era de 1.038 homens no momento do motim – capacidade do local é para 1.116 pessoas. Durante a madrugada, foram transferidos para outras penitenciárias 851 detentos. Entre as motivações da revolta, estão a má qualidade da comida e a falta de material de higiene.
As cinco mortes vão ser investigadas pela Delegacia de Homicídios de Cascavel.
Confira imagens da rebelião:
*Zero Hora