As polícias Civil e Militar reforçaram o efetivo nas ruas e delegacias para agir em caso de novos atentados em Santa Catarina.
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Desde a noite de quarta-feira, quando três ônibus, um carro e um bar foram incendiados no Vale de Itajaí e no Litoral Norte, a cúpula da segurança pública se diz mobilizada para enfrentar o suposto ressurgimento de ataques.
Na noite de quinta-feira, quatro novos ataques foram registrados: um por volta das 22h30min, no bairro João Paulo, em Florianópolis e, no mesmo horário, dois ônibus em Palhoça – um da APAE de Balneário Camboriú que aguarda adesivagem e teve pneus queimados, e outro, um veículo de turismo queimado próximo à garagem da empresa Jotur.
No Norte da Ilha, por volta das 23h40min um ônibus incendiado nos Ingleses deixou um passageiro sofreu queimaduras e foi encaminhado ao Hospital Celso Ramos. Mais tarde, novo ataque, em Canasvieiras, foi marcado por agressão ao motorista e ao cobrador do veículo.
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O caso mais recente foi registrado por volta das 5h da madrugada desta sexta-feira. Uma base da Polícia Militar na Praia de Canasvieiras foi incendiada. O incêndio foi controlado pelos policiais com o extintor da própria viatura.
A possibilidade da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que age de dentro das cadeias do Estado, ter voltado a ordenar crimes nas ruas, segue por enquanto sendo assunto reservado dos policiais e autoridades.
O secretário da Segurança Pública, César Grubba, afirmou que não descarta nenhuma possibilidade, mas que ainda é cedo para fazer relação dos crimes ocorridos nos últimos dias com a série de 68 atentados ocorrida em novembro do ano passado em Santa Catarina.
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O DC apurou com fontes dos setores de inteligência das polícias e agentes penitenciários que o PGC está por trás dos crimes e planeja a volta da onda de violência no Estado.
Há uma série de motivos sendo investigados. Alguns deles são a transferência do traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, da Penitenciária de São Pedro de Alcântara para o Sul do Estado, uma confusão envolvendo moradores e a Polícia Militar no Morro do Horácio, na última segunda-feira à tarde, em Florianópolis, e o descontentamento de presos com a direção do Presídio de Blumenau.
Outra suspeita é de que os criminosos tenham antecipado a ordem dos ataques de aniversário de 10 anos da facção, em março, para esta semana. E com intensificação no Carnaval.
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– Qualquer conclusão agora é precipitada. O que posso dizer é que não vamos nos distrair e é prioridade da Polícia Civil investigar esses atentados – disse o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D´Ávila, confirmando mudança na escala de policiais para garantir reforço de efetivo nos próximos dias.
O diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, afirmou na quinta-feira à tarde que houve a transferência do traficante, mas que desconhece qualquer problema no sistema em razão disso e que todas as prisões estão com situação normalizada.