A Polícia Militar e a Polícia Civil de Joinville abriram inquéritos para apurar os fatos que levaram à morte de Leandro Wisbecki, 32 anos, após ser baleado por policiais militares no quintal de casa na tarde de segunda-feira, 18 de setembro. Leandro estava em surto e tentava se cortar com uma faca, motivo pelo qual os pais haviam acionado o Samu na esperança de que ele fosse contido e encaminhado para a ala psiquiátrica do Hospital Regional.
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A Guarda Municipal e a Polícia Militar foi chamada pelos socorristas para oferecer apoio e, sem conseguir dominar o homem, os agentes de segurança dispararam contra ele. Os familiares acreditam que a ação foi exagerada, enquanto a Polícia Militar justifica que os policiais agiram em legítima defesa.
De acordo com o tenente Diogo Lima, da Polícia Militar, Leandro foi abordado pela PM e pela Guarda Municipal, que conversaram com ele para que soltasse a faca que estava em mãos. O tenente afirmou que, como o homem não atendeu à ordem, foram disparados dois tiros de arma não letal (de choque), que não foram o suficiente para contê-lo. Segundo a PM, Leandro estava com um força sobre-humana e teria partido para cima dos guardas e policiais, quando foi atingido por quatro tiros de arma de fogo. O confronto ocorreu entre o quintal da casa e a rua.
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O pai de Leandro, Malvo Wisbecki, contou que o filho estava com a faca em mãos tentaddo raspar a tatuagem que tinha no braço. Ele usava cocaína há alguns anos, mas teria parado por um tempo.
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Segundo o chefe de operações militares do 8º Batalhão da Polícia Militar, major Celso Mlanarczyki Júnior, o inquérito policial militar já foi instaurado e há um prazo de 30 dias para apuração das provas que poderão elucidar os fatos.
— Toda a ação policial foi embasada no intuito de apoiar o Samu, que estava atendendo uma pessoa em surto psicótico. Quando veio essa ação agressiva contra os agentes públicos, que poderia incidir em uma ameaça à vida de pessoas, foi necessário o uso de armas de fogo, porque os demais meios empregados não foram suficientes para sanar aquela ameaça — afirmou o major em entrevista à NSC TV.
Os pais de Leandro e uma testemunha foram chamados para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Polícia Civil. O irmão dele, Sandro, afirmou que a família não chegou a abrir boletim de ocorrência. Leandro foi enterrado na manhã de ontem e, durante a tarde, a família ainda estava muito abalada com o que havia ocorrido.
— Só chamamos o Samu para conter a situação. Entendemos que eles não iam se meter com uma pessoa com uma faca e precisavam da polícia, mas fizeram o serviço com despreparo. Disseram que havia pelo menos sete policiais e que deram seis tiros. Foi uma execução — lamenta Sandro.
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Ele recorda que o irmão era uma pessoa de bem com a vida, mas que enfrentava problemas psiquiátricos que o levavam a ter períodos bons e ruins. No último ano, Leandro havia sido internado mais de uma vez na ala psiquiátrica do Hospital Regional após surtos semelhantes aos que ocorreram na segunda-feira.
— Ele parava [de usar drogas], mas quando dava abstinência ele tinha recaídas. Agora estava trabalhando e cuidando das filhas. Nossa família quer justiça, quer entender o que aconteceu de verdade — afirma o irmão.
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