Uma tampa de caneta esferográfica foi o equipamento que o soldado Alex Silva, do 21º batalhão de Florianópolis, utilizou para salvar a vida de uma criança de 5 anos que faz uso de traqueostomia. O caso aconteceu na quarta-feira (13) em Santo Antônio de Lisboa, no norte da Ilha.

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De acordo com a Polícia Militar, a viatura que realizava o policiamento na rua Caminho dos Açores foi parada por uma senhora que gritava por socorro. Ela entregou a neta Marina, que estava desfalecida, com a pele pálida, olhos virados e lábios roxos nos braços do policial. Alex colocou a criança no chão e verificou os sinais vitais. Em seguida, pediu para que o soldado Leandro, colega da viatura, solicitasse apoio dos órgãos de emergência.

Ao perceber que Marina possui traqueostomia e que o tubo estava obstruído por pus, Alex iniciou a manobra de desobstrução de vias aéreas. Ele retirou a secreção do tubo respirador com a ajuda de uma tampa de caneta e limpou a secreção com a própria camiseta da criança.

Depois da manobra, verificado a ausência de batimentos cardíacos, Alex começou a massagem cardíaca. “Por favor não abandona a gente”, dizia o soldado. A mãe da criança, a lojista Julia Nunes, de 34 anos, conta que o soldado revelou para ela que nunca tinha feito essa operação na vida, e que “foi um instinto, uma coisa de deus”.

— De repente ela voltou, deu um sorriso e ele desabou no choro, porque ele tem um filho de três meses. Então ele vai ser homenageado pela nossa família. Ele foi um herói, porque se tivesse esperado até o hospital não teria dado tempo. Merece subir de patente!

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Em seguida, chegou a ambulância do Samu e o médico Adriano Meira Oliveira assumiu a ocorrência. Ele parabenizou os policias e disse que sem a manobra a criança não teria resistido. A ambulância levou Marina até o hospital infantil Joana de Gusmão. Ela sofre de estenose subglótica, que é um estreitamento das vias aéreas. Por isso precisa da traqueostomia, uma intervenção cirúrgica que abre um orifício na traqueia e para colocação de um tudo para passagem de ar.

A mãe da menina acredita que em pouco tempo ela deve deixar a traqueostomia. A criança já está em casa e não ficará com nenhuma sequela do acidente.

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