Até onde você iria para ajudar pessoas que não conhece? João Carlos Pawlick, subtenente da Polícia Militar (PM), protagonizou uma cena de cinema há 14 anos, quando saltou sobre um cavalo e conseguiu parar uma charrete desgovernada em Águas Mornas. No veículo, um casal de idosos e uma criança, que foram salvos também com a ajuda do cabeleiro Ariovaldo Orlandini.
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Pawlick estava com os filhos, fora do horário de serviço, enquanto aguardava para aparar o cabelo naquele 29 de agosto de 2006. Ari foi até a porta após ouvir um barulho estranho, e viu a charrete avançar, sem cocheiro, pela avenida da cidade. Ex-policial em São Paulo, Ari agiu rápido e chamou Pawlick para ajudar, os dois entraram na carro e foram atrás do veículo puxado por dois cavalos.
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Minutos antes, os animais tinham se assustado com a fanfarra da escola, que ensaiava para o desfile de 7 de Setembro. Isso foi no momento em que o cocheiro tinha descido para recolher um molho de chaves, que a neta do casal tinha jogado pela janela. Em uma sucessão de acontecimentos improváveis, os animais dispararam, quebraram a trava das rodas e a correria começou.
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– O Ari passou por cima do capô do carro, como nos filmes, e fomos atrás. Ele colocou o carro em paralelo, eu conversava com o casal para que se acalmasse. Fiquei em pé na porta e me joguei em cima do cavalo, depois de uns 100 metros consegui montar – relembra Pawlick.
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A charrete pertencia a um hotel, e fazia passeios diários pelo Centro da cidade. Depois do susto, o policial foi levar os passageiros até a hospedagem, mas Fabrícia, de pouco mais de um ano, não queria sair do colo. Sem saber de nada, a mãe viu a menina com Pawlick que estava sem farda, e perguntou se o passeio “tinha sido emocionante”, relembra.
– Eu sempre digo isso, que li uma vez: heroi é todo aquele que sai, sem capa nem espada, e numa situação de perigo faz o bem sem interessar a quem – cita, emocionado.
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O ato de bravura rendeu reportagens na época, inclusive a nível nacional, e Pawlick foi promovido a primeiro sargento. Em 2018, ele recebeu a Medalha Cruz de Bravura, uma das maiores honrarias da Polícia Militar, pelo ato heroico ocorrido em 2006. Aos 54 anos, Pawlick está na reserva da PM desde 2012, e é presidente da Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (APRASC).
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