O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol-SC), Paulo Cesar Fernandes de Abreu, prestou depoimento aos investigadores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (20). Ele foi preso no período da manhã, em Florianópolis, por ser suspeito em um esquema interestadual de tráfico de drogas. 

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Em conversa com os policiais, o investigado disse que conhece outras seis pessoas que também foram presas pela mesma operação em Santa Maria, no Estado gaúcho. Entretanto, Paulo Cesar negou qualquer participação no esquema que enviava entorpecentes de Santa Cataria para o Rio Grande do Sul. Ele estava acompanhado do advogado.

Segundo o delegado André Sesti Diefenbach, a investigação aponta que os suspeitos gaúchos teriam recebido e vendido cocaína que o policial catarinense teria fornecido ao grupo.

Durante o depoimento, o presidente do Sinpol-SC também se recusou a tirar a senha do celular e do notebook, apreendidos pela polícia. Os equipamentos serão enviados para análise junto aos sistemas de quebra de senhas da Civil. 

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— Eu acredito que ele não queria que acessássemos o conteúdo. Como acusado, não é obrigado a produzir provas contra si — afimou o delegado.

O policial suspeito deve passar pela audiência de custódia, mas ainda não há mais informações sobre essa etapa. Até lá, ele ficará preso na Capital catarinense. 

Posicionamento da defesa

O advogado de Paulo Cesar Fernandes de Abreu informou ao Diário Catarinense que ainda não obteve acesso aos autos e que a defesa irá se manifestar nos processos.

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O defensor Rodrigo Martins Elias também informou que não irá conceder uma nota sobre o caso em respeito ao cliente e à família.

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Sindicato emite nota

A diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol-SC) se reuniu na tarde desta quinta-feira (20) para decidir a posição do sindicato sobre a prisão do seu presidente. Por meio da nota pública, o Sinpol-SC manifestou “surpresa diante dos fatos envolvendo questões particulares do Presidente da entidade”.

O posicionamento também afirma que Paulo Cesar Fernandes de Abreu apresentou a renúncia do cargo de presidente.

Investigação do esquema de tráfico

A apuração da polícia gaúcha teve início após uma denúncia de tráfico de drogas em Santa Maria, que terminou com a prisão de um homem em flagrante na época. Imagens, obtidas pelos investigadores, mostravam peças de cocaína dentro de embalagens de correspondência.

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À época, foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um prédio que fica a 50 metros da delegacia de combate às drogas da cidade. A ação resultou na prisão em flagrante de um funcionário dos Correios. As investigações dizem que ele se utilizava do cargo para facilitar o tráfico e fazer entrega de drogas.

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Com o aprofundamento das investigações, constatou-se, inicialmente, que outras duas pessoas estariam envolvidas. Na casa de uma delas, os policiais civis localizaram comprovantes de depósitos bancários tendo como favorecido o atual presidente do Sinpol-SC. 

Nos telefones apreendidos com os primeiros suspeitos, a Polícia Civil diz que se constatou que eles se associaram para o tráfico com Paulo Abreu, apontado como líder e fornecedor.

Além de Paulo, a operação desta quinta tem outras sete pessoas como alvo em Santa Maria, além de medidas cautelares. 

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