Prestes a participar do Ironman Florianópolis pela segunda vez, o policial militar aposentado Sandro Silva, 55 anos, espera bater o próprio recorde após ter superado um grave acidente. Neste domingo (28), a placa de titânio e nove parafusos entre a clavícula e o ombro não irão impedir que o triatleta complete quase quatro quilômetros de natação, 180 quilômetros de ciclismo e cerca de 42 quilômetros de corrida pela Ilha de Santa Catarina.
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No fim de fevereiro, Sandro sofreu um acidente de bicicleta enquanto treinava e teve uma grave fratura na clavícula. A equipe da qual ele participa estava no ciclo de preparação para a prova, quando os treinos são mais intensos, extensos e essenciais para aguentar o ritmo da maior competição de triatlo do mundo.
— Eu me descuidei e cai de bicicleta. Com o impacto, acabei estourando a clavícula, foi quase uma fratura exposta. Na hora, pensei que tinha perdido a prova e que não poderia largar no Ironman — relembra o policial aposentado.
Cerca de três meses antes do evento esportivo, Sandro passou por uma cirurgia para sustentar a clavícula. Uma placa de titânio foi implantada, junto de nove parafusos. A opção pelo procedimento foi tomada a partir da orientação de um médico especializado em medicina esportiva, que oferecia uma recuperação rápida e favorável ao sonho de participar da competição no dia 28 de maio.
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Assim que foi capaz, o policial militar aposentado retomou os treinos em casa. Primeiro, começou com a bicicleta estacionária. Depois, voltou a correr aos poucos. A orientação para a natação era de apenas retomar a atividade no início de maio. Com determinação, Sandro superou a lesão para garantir presença na competição de triatlo.
— Nesse processo, nunca pensei na hipótese de não largar na prova. Não existia a ideia de eu estar como espectador, vendo os meus colegas largarem e sem participar. Mas, isso teve um custo, e eu paguei com a minha vontade de querer voltar — reforça o atleta.
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Dores, empenho e motivação
Retomar o ritmo de treino foi um processo bastante difícil, mas as dores de Sandro eram quase um segredo. Ele relata que fazia questão de evitar demonstrar fraqueza para os colegas atletas, que haviam ficado assustados com o acidente e a lesão sofrida. Para continuar parte do grupo e retomar a preparação para o Ironman, o policial queria disfarçar os obstáculos para garantir que todo o treinamento anterior não estava perdido.
— A única pessoa que sabia que eu sentia dor era o meu técnico, mas as outras pessoas do grupo não sabiam. Se eu me queixasse de dor não ia mudar nada, se eu ficasse me lamentando não iria mudar nada — explica.
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Sandro ainda relata que o braço do ombro machucado ficava amortecido ao correr, já que não tinha sustentação por conta da cirurgia. A melhora só aconteceu com o tempo e acompanhamento de profissionais do meio esportivo. Depois, a recuperação foi considerada bem sucedida e ele teve a confirmação de que poderia participar da competição.
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Mais do que apenas largar na prova, o processo de preparação para o Ironman é uma parte essencial para Sandro. Ele explica que fazer o triatlo sem o empenho do dia a dia e o companheirismo da equipe de treinamento não é a mesma experiência. E isso foi uma motivação para treinar todos os dias da melhor forma possível.
Na torcida pela recuperação, a esposa Juliane Cervini foi essencial para Sandro durante toda a sua história com o triatlo. O casal de esportistas pratica atividades diferentes, mas o policial reconhece que o apoio da família foi essencial desde o início da história com um esporte que exige paciência de quem convive com um triatleta.
— Quando você vai fazer um treino de triatlo no fim de semana, você sai 5h da manhã e volta 16h durante o ciclo de preparação. Eu chegava em casa e ela estava com a mesa pronta para eu almoçar, me esperando. Ela é minha maior incentivadora e acho que ela está orgulhosa — narra Sandro.
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Expectativa para superar o próprio recorde
Mesmo machucado e com um braço ainda mais fraco, Sandro espera bater o próprio recorde na competição. Ele explica que, por conta da lesão, o desempenho na natação deve ser o mais prejudicado. No entanto, como o treino ao longo do ano estava indo muito bem, ele deve alcançar bons números nas outras duas provas.
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— Eu vou muito bem na bike, mas a corrida é o pulo do gato! Eu vim da corrida, corri por sete anos, fiz nove maratonas e 21 meia maratonas. Fiquei ainda mais focado com o tempo, os treinos foram mais puxados, mais específicos. Por isso ainda espero fazer uma marca menor que do ano passado — conta o triatleta.
E tanto treino para um momento coloca o Ironman Florianópolis como uma experiência única, que complementa a escolha de um estilo de vida que Sandro adotou com muito prazer.
— O Ironman é a consagração de todos os processos, de todos os treinos de madrugada, das vezes que você deixa de passar o fim de semana com a família. Então, me sinto sortudo por ter esse apoio da minha família, dos meus colegas. Eu não tenho do que reclamar — conclui Sandro.
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Ironman Brasil em Florianópolis
A largada da 21ª edição do Ironman Brasil em Florianópolis acontece neste domingo (28), às 6h45min, em Jurerê Internacional. Cerca de 1.800 atletas inscritos pretendem completar a prova de 3,8 quilômetros de natação, 180,2 quilômetros de ciclismo e 42,2 quilômetros de corrida.
Por conta do alto número de participantes previsto, ocorrerão alterações de trânsito em pontos da cidade entre 4h30min e 17h. A Guarda Municipal de Florianópolis (GMF) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE) estarão na ativa. Veja todas as alterações do tráfego de veículos no NSC Total.