Operações de resgate de refém em áreas de risco ou de moradores durante enchentes, quando falta espaço e tempo para pouso, são alguns exemplos do que a técnica “embarque e desembarque com aeronave no ar” pode ajudar no trabalho da polícia.

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Os 42 policiais civis e militares que estão fazendo o curso Operador Tático Multimissão, que começou no último dia 2 e segue até dia 16, em Florianópolis, aprenderam mais esta técnica.

O treinamento foi nesta quinta-feira de manhã, dia 9, na Academia de Polícia Civil (Acadepol), sob orientação do instrutor do curso e chefe de operações especiais do Serviço de Operações Táticas da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inspetor Júlio Gonçalves.

Sob sol escaldante, vestidos com uniforme preto de mangas compridas e carregando pesados equipamentos, os participantes correrram, embarcaram e desembarcaram do Águia da PM com o helicóptero a 50 cm do chão, sem tocar o solo uma única vez.

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A turma repetiu o exercício inúmeras vezes. Nenhuma queda de pressão ou mal estar foi registrado. Nos minutos entre uma série e outra de exercícios, muito sol e água morna para beber, exatamente como seria numa situação real.

_ Em uma operação, este tipo de manobra é feita em cinco segundos. Como esta turma já tem treinamento diferenciado e por ser formada por policiais de unidades especiais, eles se adaptam com facilidade _observou o instrutor Gonçalves.

Policial do Batalhão de Aviação da PM, major Valdoney Rohling lembrou de outra manobra que pode ser feita usando a técnica.

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_ É o pouso no ski (base do helicóptero). É usado quando o pouso não é possível, com más condições do terreno como mangues e mato alto, que oferece risco para a cauda da aeronave _ disse Rohling.

Enquanto o grupo suava o uniforme, alunos da Acadepol em intervalo de aula assistiam e fotografavam o treinamento.

Um dos participantes do curso, capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), André Binder, falou sobre a principal característica desta técnica.

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_ É a confiança. No piloto da aeronave, afinal são quatro pás (hélice) sobre a nossa cabeça, no fiel, que é o tripulante que dá apoio para o embarque, e no companheiro que faz a cobertura _ disse Binder.

Policial da Central de Operações Policiais (COP) Capturas, Christian Cardoso falou que o exercício não é da rotina da unidade e achou inovador e muito proveitoso para futuras operações.

No ínicio da tarde, a turma praticou tiro embarcado em aeronave para situações de confronto, no estande da PM.

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_ É usado para conter bandidos em áreas de risco até que a equipe de terra consiga embarcar, por exemplo. A função da aeronave não é combater e sim transportar a tropa, embora a equipe esteja preparada para todo tipo de situação _ concluiu o inspetor da CORE.