A Corregedoria da Polícia Militar vai apurar a conduta de policiais durante uma ocorrência em Balneário Rincão, no Sul de Santa Catarina. As câmeras de monitoramento mostram a ação, ocorrida por volta das 2h de quinta-feira, 13. Os PMs entraram no bar e um deles disparou com bala de borracha para o alto, enquanto outro socou um homem no rosto. Depois, eles chutaram as cadeiras e mesas de plástico, e expulsaram os clientes.
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O coronel Cosme Manique Barreto, comandante da 6° Região de Polícia Militar (PM), disse que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o caso. Ao ver os vídeos, ele classificou como inapropriadas as medidas, e disse que fogem dos preceitos que a PM prega. Porém, ele tentou justificar a ação por conta dos inúmeros chamados oriundos de vizinhos do local.
— De certa maneira, a gente às vezes até entende, quem mora no entorno daquele estabelecimento também vai entender, porque de novembro até aquela madrugada, sendo que aquele estabelecimento não poderia estar aberto aquele horário, são 20 ocorrências que tiveram ali — explica Barreto.
Ele disse que os registros são em virtude do som alto e da perturbação do sossego, "de pessoas que estão sendo incomodadas diariamente com a algazarra das pessoas que ali frequentam", detalhou. O comandante também criticou a legislação "muito nefasta contra a ação das policias", e que faz com que às vezes o policial, tomado de um stress fora da normalidade, tenha essa tipo de reação.
— A gente não coaduna com o que foi visto no vídeo, foi desproporcional, e o inquérito policial militar vai apurar se há um crime ou apenas uma falha disciplinar. Serão ouvidas todas as pessoas reconhecidas no vídeo e também as testemunhas que a proprietária do estabelecimento colocar a disposição — explica.
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Segundo Barreto, dentro de 30 a 40 dias o inquérito será concluído. A partir daí poderão ser tomadas medidas internas caso haja uma falha disciplinar. Se houver indícios de crime, será feito o encaminhamento para a Justiça Militar, que abrirá processo em relação à falha dos policiais militares, explica o comandante.
Imagens entregues à Polícia Civil
A proprietária do bar e lanchonete Sonia Franciscone registrou ocorrência após o ocorrido, e disse que vai levar o caso até o fim. Ela entregou todos os vídeos na delegacia da Polícia Civil de Balneário Rincão. Inconformada, Sonia rebateu as suposições sobre o tipo de público que frequenta o local, e disse que tem bom relacionamento com os vizinhos.
O estabelecimento tem licença para funcionamento, com música no interior, até as 2h da manhã conforme alvará. Segundo Sonia, na noite anterior teve show com música ao vivo, que encerrou por volta das 23h. Na operação, o aparelho de som foi recolhido pelos PMs e foi registrado um termo circunstanciado.
Uma das vizinhas do bar, Adriana Goulart Messagi, confirmou que o local costuma tocar música alta até a madrugada. Ela disse que na noite da ocorrência, foi o marido quem acionou a polícia. O som e a movimentação no entorno tem incomodado os moradores, segundo ela.
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