Policiais, representantes de órgãos de classe e familiares do policial militar Joacir Roberto Vieira, morto a tiros na última segunda-feira, realizaram um ato pela valorização da vida, em Joinville. A manifestação pacífica teve início por volta das 10h deste sábado (2) na Praça da Bandeira, região Central, e contou com a participação de cerca de 70 pessoas, muitas delas, com camisetas pedindo “justiça”.

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O ato foi liderado pela Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc), que é constituída pelas praças militares do Estado, e teve como objetivo pedir mais condições e valorização do trabalho dos profissionais de segurança pública. O ato também relembrou as mortes de três policiais militares e um agente penitenciário nas cidades de Joinville, Camboriú e Florianópolis. Todos registrados no mês de agosto.

Segundo o presidente da entidade, Edson Fortuna, com relação aos policiais militares, o número é o triplo de mortes em comparação com o ano passado. Em 2016, houve a morte de um soldado durante operação no Morro do Horácio, na Capital, em setembro.

Essa manifestação, para nós, representa um marco para que, a cada dia, possamos dizer às pessoas que comandam os órgãos de segurança pública do Estado, que não queremos ver mais pessoas morrendo por ter escolhido essa profissão e estar hoje exercendo o seu trabalho em prol da sociedade e não ter reconhecimento por parte dos governantes. Precisamos passar esse recado e dialogar com a sociedade, pois é lamentável que, de janeiro a julho de 2017, tenhamos o dado de um policial morto a cada 24 horas no Brasil — afirmou ele.

O pedido foi reiterado também por integrantes de outras entidades de segurança pública, como a Associação Nacional de Praças (Anaspra), Associação dos Agentes Penitenciários e de Segurança Socioeducativos de Santa Catarina (AAPSS/SC) e Conselho Comunitário de Segurança (Conseg).

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Busca por diálogo

Elisandro Lotin, presidente da Anaspra, destacou que é preciso dialogar com a população e as autoridades e alertar para a importância dos trabalhadores de segurança pública em um contexto de sociedade.

— Os profissionais de segurança pública são o muro que separa o estado de bem estar, o estado civilizado, de uma sociedade anônima e não temos a importância devida por parte da sociedade e por parte do Estado. É preciso que o governo reconheça esses profissionais, os valorize e a partir disso nós tenhamos condições de construir uma sociedade com mais harmonia — salientou.

Amigo pessoal do PM Joacir Roberto Vieira, o coordenador de Direitos Humanos da Aprasc, José Dias, participou do protesto e cobrou mais amparo aos policiais, que segundo ele estão expostos em decorrência da falta de respaldo para que se possa dar uma resposta efetiva contra ações criminosas.

— O Joacir era comprometido com a família e a profissão, era um policial exemplar e foi morto por ser um policial atuante, ele foi morto por isso. Precisamos dar um basta nessa situação _, disse Dias.

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Para o presidente da Aprasc, Edson Fortuna, Santa Catarina reúne condições e possui instrumentos para transformar a `perplexidade em ações práticas que possam mudar a realidade que a área de segurança pública enfrenta¿.

— Ainda há tempo, Santa Catarina é um Estado organizado e tem um diferencial de outros estados que é o apoio da população, que acredita no trabalho da polícia militar e entidades que sabem da sua importância, finalizou.