A decisão que já se desenhava desde a manhã foi confirmada ao anoitecer desta quinta-feira. Policiais militares baianos decidiram manter sua greve, que completou 10 dias. O anúncio foi feito após quase 10 horas de reuniões e debates, que começaram às 10h e se estenderam até 20h.
Continua depois da publicidade
Concentrados num ginásio emprestado pelo Sindicato dos Bancários, em Salvador, os grevistas pediam a incorporação de gratificações ao salário, a revogação dos pedidos de prisão contra 12 líderes da categoria e a concessão da anistia irrestrita para os envolvidos.
Representantes do governo estadual alegaram que a principal reivindicação dos policiais, que era a implantação de duas gratificações (a Gratificação de Atividade Policial-GAP 4 e 5), será concedida de forma escalonada até 2015. Os grevistas, porém, exigem que o pagamento seja feito já em março desse ano. O governador Jaques Wagner não pretende anistiar os policiais envolvidos em baderna.
Confira na linha do tempo, o histórico da greve dos PMs baianos:
Continua depois da publicidade
31 de janeiro

Após assembleia de uma das nove associações que representam a categoria, PMs entram em greve por tempo indeterminado na Bahia. O governo não reconhece o movimento.
1º de fevereiro

Por meio de liminar, a Justiça decreta a ilegalidade da greve de policiais militares. Começam a chegar a Salvador contingentes da Força Nacional de Segurança e do Exército para atuar no policiamento. Policiais em greve entram em confronto com militares em exercício.
2 de fevereiro

Salvador registra alta do número de assassinatos e de ataques ao comércio. Shows são cancelados e lojas fecham com a onda de violência.
Continua depois da publicidade
3 de fevereiro

Pelo menos cinco lojas de eletrodomésticos foram saqueadas em bairros centrais de Salvador. Segundo testemunhas, grupos grandes de mais de 30 pessoas, a maioria encapuzada e algumas armadas, promoveram o arrombamento e o furto de mercadorias dos estabelecimentos que estavam fechados na hora dos ataques.
4 de fevereiro

O governador da Bahia, Jaques Wagner, diz que os PMs em greve promovem um “banho de sangue” para amedrontar a população baiana. Manifestantes continuam com onda de saques e incendeiam lojas.
5 de fevereiro

Um dos 12 policiais grevistas que tiveram a prisão decretada pela Justiça é detido. O PM é suspeito de formação de quadrilha e roubo de um carro da corporação. O Exército usa blindados Urutu para patrulhar as ruas de Salvador.
Continua depois da publicidade
6 de fevereiro

Invadida por grevistas, a Assembleia Legislativa da Bahia é cercada por tropas do Exército. A luz é cortada no local, e manifestantes e militares entram em confronto.
7 de fevereiro

Reunião entre policiais e governo termina sem acordo. Polícia Federal prende segundo líder da greve da PM na Bahia.
8 de fevereiro

Enquanto o governador Jaques Wagner e empresários se comprometem, respectivamente, em aumentar a negociação para o fim da greve e em garantir a realização do Carnaval, conversas gravadas entre chefes de PMs causaram polêmica. Os áudios mostravam que seriam realizadas ações de vandalismo em Salvador.
Continua depois da publicidade