Cadeiras enfileiradas, sala de aula cheia e alunos muito atentos. A cena seria comum, se não ocorresse dentro da Delegacia Regional de Blumenau. Os estudantes são agentes da Polícia Civil de Blumenau e Itajaí que participam desde segunda-feira de um curso de Aperfeiçoamento em Tecnologias de Investigação Eletrônica.
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De acordo com o delegado regional Rodrigo Marchetti a formação foi uma solicitação dos próprios agentes, que demonstraram interesse em melhorar o conhecimento nas técnicas de investigação por vias eletrônicas.
– Hoje nós temos muitas ferramentas à disposição da polícia. O que se fazia com dois ou três policiais trabalhando uma noite inteira, de campana, hoje em dia é possível fazer em 20 minutos na frente do computador. Então é importante essa familiarização com essas ferramentas – avalia Marchetti.
O curso termina nesta quinta-feira e é ministrado por dois agentes que são de Blumenau, mas dão aulas na Academia da Polícia Civil (Acadepol), em Florianópolis. Este foi outro fator que viabilizou o treinamento, diz Marchetti, já que foi possível ministrar as aulas na cidade. A turma é formada por 14 agentes de Blumenau e quatro de Itajaí. O delegado acredita que eles vão atuar como multiplicadores do aprendizado em suas unidades:
– É esse o nosso objetivo, que os próprios profissionais possam levar essas informações. Por exemplo, nós temos um agente que atua em Ascurra e com certeza ele vai repassar aos colegas e isso vai qualificando essa investigação.
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O policial civil Marcos Peron é um dos professores e explica que as técnicas aprendidas nas aulas servirão para qualquer tipo de investigação: de crimes mais rotineiros, que ocorrem no dia a dia, como furtos, a questões mais complexas, como homicídio e tráfico de drogas, por exemplo. Segundo ele, o principal objetivo é repassar procedimentos que vão facilitar com que o policial encontre dados que comprovem condutas ilícitas por meios eletrônicos:
– São várias maneiras, mas não podemos detalhar como funcionam. O agente vai aprender a fazer uma busca num site ou a seguir um perfil sem ser percebido, quais as melhores maneiras de buscar os dados, como tratar esses dados para que eles constituam provas que sejam consideradas pela Justiça na hora de montar uma denúncia ou dar uma sentença.