A Polícia sul-africana garantiu, nesta sexta-feira (11), que desconhece os motivos do ataque a facadas na véspera, em uma mesquita de Durban, no qual uma pessoa morreu, e duas ficaram feridas, mas indicou que existem “sinais de extremismo”.

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“Até o momento, o motivo continua sendo desconhecido”, disse Simphiwe Mhlongo, um porta-voz da unidade de elite da Polícia, os Hawks, responsável pela investigação, embora tenha garantido que existem “sinais de extremismo”.

“O incidente aconteceu em um lugar de oração e, levando-se em conta seu desenvolvimento, revela [por parte dos agressores] ódio aos fiéis dessa religião”, disse o policial à AFP.

Na quinta-feira, três pessoas armadas com facas entraram em uma mesquita xiita de Verulam, no subúrbio de Durban, onde degolaram um homem e esfaquearam outros dois, segundo a Polícia e as equipes de socorro.

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“O morto é um fiel chamado Mohamed Ali, de nacionalidade desconhecida”, indicou o porta-voz policial.

A polícia esclareceu que este imame se encontrava em estado grave no hospital.

Depois do ataque, os agressores lançaram um coquetel Molotov que queimou parte da mesquita e fugiram de carro.

A África do Sul tem 1,5% de população muçulmana entre seus 53 milhões de habitantes e, ao contrário de outros países africanos, até agora não havia sofrido atentados extremistas.

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– “Crime terrorista” –

O ataque tem “as características de uma organização terrorista com o EI”, o Estado Islâmico, avaliou nesta sexta-feira uma liderança da comunidade muçulmana sul-africana, Mulana Aftab Haider.

“Não tenho nenhuma dúvida em apresentar este crime como um crime terrorista”, acrescentou em uma coletiva de imprensa em Veralum.

“Primeiro, é um ataque contra um lugar sagrado. Depois, é um ataque indiscriminado contra inocentes, puramente baseado na religião”, continuou.

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“No curso dos sete ou oito últimos meses, houve uma grande campanha de ódio em diferentes mesquitas, rádios e redes sociais contra a comunidade xiita”, afirmou. Eles “dizem que os xiitas são piores que os cães e os porcos”.

A mesquita xiita de Verulam já tinha recebido ameaças, “mas não nas últimas semanas”, esclareceu o líder muçulmano.

Um porta-voz da Polícia negou-se a confirmar se os atacantes eram egípcios, como haviam reportado alguns meios de comunicação nacionais. “Por enquanto não sabemos”, assegurou.

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O ataque de quinta-feira na África do Sul foi considerado pela polícia como inédito e provocou uma onda de indignação expressa por representantes de todas as religiões presentes no país.

* AFP