Polícia vê negligência e indicia dois por queda de criança em tirolesa de Pomerode

As investigações sobre o que causou a queda de uma menina de sete anos de uma tirolesa num hotel fazenda de Pomerode, no Vale do Itajaí, foram concluídas pela Polícia Civil. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público nesta segunda-feira (27) e pede o indiciamento de duas pessoas por lesão corporal culposa.

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Uma perícia técnica na atração ajudou a entender como a criança caiu de uma altura de cerca de seis metros. O acidente ocorreu há dois meses e, segundo as apurações, a garota sofreu a queda quando estava no segundo salto, logo após o ponto de partida do brinquedo. 

De acordo com o delegado Antônio Godoi, nenhum equipamento de segurança se rompeu. Houve, segundo Godoi, negligência por parte dos dois operadores da atração no momento de preparar a criança. Ele explica que ambos precisavam checar se todos os itens estavam colocados corretamente. A perícia aponta falha na instalação de um dos componentes e, como não houve averiguação posterior, a queda ocorreu.

— Houve negligência de quem colocou o equipamento na criança e de quem deveria checar a instalação — pontua Godoi ao citar ainda que um vídeo gravado pela própria mãe da vítima permitiu observar os erros de procedimento.

Os dois operadores eram funcionários do hotel fazenda e tinha habilitação para o serviço. Caso o Ministério Público represente contra eles, ambos vão responder por lesão corporal culposa. É um crime com pena de dois meses a um ano de detenção, normalmente convertida em serviço comunitário e multa.

— Turismo de aventura é seguro, mas precisa respeitar os procedimentos — defende o delegado.

Relembre o caso

O acidente ocorreu no dia 13 de julho no Hotel Fazenda Pommernland, em Pomerode. A criança passava o dia no local com a mãe e o irmão quando caiu da tirolesa no fim da manhã, numa altura de seis metros, segundo os bombeiros. 

Ela foi levada ao Hospital Rio do Testo, que fica na cidade onde ocorreu o acidente, mas mais tarde precisou ser transferida para o Hospital Santo Antônio, em Blumenau, onde ficou na UTI. Uma semana depois a pequena recebeu alta e pôde voltar para casa, em Florianópolis.

Segundo o pai Bernardo Heringer, a menina ainda está se recuperando. Ela segue em tratamento com fisioterapia e usa colete cervical por causa das vertebras quebras. Ao saber da conclusão do inquérito, ele se diz aliviado, pois acredita que a perícia comprovou o que a família tinha certeza.

— Ela está se recuperando bem, está bem assistida, embora o hotel não tenha prestado nenhum apoio — afirma o pai.

Contraponto

A direção do hotel informou não ter recebido os laudos do inquérito e não quis responder questionamentos da reportagem. 

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