O Ministério Público solicitou a abertura de inquérito policial para investigar o destino do dinheiro que teria sido repassado pelas freiras carmelitas do Convento de Santa Tereza, em Itajaí, ao presidente da Associação de Moradores de Cabeçudas, Zenaldo Feuser.

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O titular da 5ª Promotoria de Justiça, Milani Maurilio Bento, informa que foi procurado pelas irmãs em 17 de junho. Conforme o promotor, as freiras contaram que repassaram a ele as economias provenientes de doações para a compra de arte sacra. As imagens seriam adquiridas por Feuser nos Estados Unidos.

As irmãs também relataram ao MP que foi Feuser quem as convenceu a adquirir as imagens, desconhecidas por elas até então. Para justificar a apuração do caso, Bento enviou à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Itajaí, documentos que segundo ele, demonstram a aquisição das imagens por um valor muito menor do que o informado por Feuser às irmãs. Entre os documentos, o promotor menciona que há provas de que as freiras repassaram dinheiro ao presidente da associação.

Do conjunto de obras de arte sacra que Feuser teria se comprometido em comprar com os valores repassados pelo Convento de Santa Tereza, as irmãs informaram ao MP que receberam um relicário e um livro. O dinheiro que deveria ter sido usado na aquisição de outras peças, teria desaparecido.

O delegado responsável pela 1ª DP, Weydson da Silva, informou que o pedido de instauração de inquérito ainda não chegou as mãos dele.

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Freiras também não teriam recebido recursos para construção de convento

Após a constatação de rachaduras nas paredes do convento no ano passado, as freiras carmelitas compraram um projeto para a construção de um novo prédio. Como não tinham recursos para a obra, elas convidaram Feuser para ser curador do carmelo _ espécie de administrador externo do convento_ e arrecadas os recurso junto à comunidade.

Em agosto do ano passado, foi divulgada a informação que dos R$ 4,2 milhões que custaria a obra, o carmelo já havia garantido dois terços do valor. O destino desses recursos também deve ser investigado pela Polícia Civil a pedido do MP.

Contraponto

A reportagem de O Sol Diário ligou por três vezes para o celular do presidente da Associação de Moradores de Cabeçudas, Zenaldo Feuser, para ouvir a versão dele sobre as acusações. Ele não atendeu às ligações na tarde desta quinta-feira.