A Secretaria de Saúde de Florianópolis vai solicitar que a Polícia Civil investigue a morte de um vigilante de 48 anos que sofreu uma parada cardíaca nesta sexta-feira após sair do posto de saúde do bairro Agronômica. Sílvio de Souza foi ao posto após sentir dores no peito. No local, não foi atendido.
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No caminho de volta para casa, na servidão Epaminondas de Carvalho – que fica em frente ao posto – teve um infarto e morreu. A médica do local, Vânia Adriani, e uma equipe do Samu chegaram a socorrê-lo, mas o homem não resistiu. Vânia não quis falar com a reportagem da Hora.
Conforme a mãe de Sílvio, que acompanhou o filho até o posto, o atendimento foi negado em função da greve dos servidores. Nilza Sílvia de Souza, de 77 anos, conta que eles foram orientados a procurar um hospital. E que ao voltarem para casa para pegarem o carro, Sílvio passou mal.
— Na subida, ele não se sentiu bem, sentou e caiu no chão. Em seguida, ficou inconsciente e eu comecei a gritar. Acabei caindo também. O Samu demorou mais de meia hora para chegar e ele morreu na rua — lastima a mãe.
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Sílvio já vinha se queixando de dores no peito. Ele resolveu procurar atendimento nesta sexta-feira pela manhã, após chegar do trabalho.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis lamentou o ocorrido em nota. O órgão afirmou que “foram realizadas diversas tentativas para reanimar o paciente pela médica da unidade e pelo Samu, sem sucesso”.
Sílvio será enterrado às 10h deste sábado no cemitério do Itacorobi. Ele deixa um casal de filhos de 12 e 17 anos.
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Prefeitura culpa greve; sindicato rebate
A Procuradoria do Município informou que, paralelo à investigação criminal, vai comunicar a Justiça sobre o não cumprimento da sentença, proferida na quinta-feira, que determinou “a suspensão imediata da greve dos servidores”. Conforme a prefeitura, por ser considerado serviço essencial, o atendimento no centro de saúde sequer poderia ter sido paralisado.
Ainda de acordo com o Município, 14 farmácias básicas de centros de saúde permaneceram fechadas nesta sexta-feira.
O presidente do sindicato dos servidores de Florianópolis (Sintrasem), Alex Santos, nega que a paralisação dos funcionários tenha interferido.
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_ Não foi por causa da greve, tanto que havia médica no posto, e o serviço do Samu fez o atendimento. Nas condições em que ele chegou, o posto de saúde não tinha equipamento para atendê-lo. É irresponsabilidade falar que houve negligência _ discorda .