A Polícia Civil de Penha fez nesta quarta-feira a reconstituição da morte de Anderson Vicente Zancanela, 30 anos. A esposa e principal suspeita do crime, Mariléia Pereira, 33, ajudou a perícia no procedimento, que durou cerca de 1h40. Conforme o delegado responsável pelo caso, Wilson Masson, na terça-feira a mulher já havia confessado a autoria do homicídio durante depoimento na delegacia de Balneário Piçarras.

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– Ela confessou e mostrou detalhes do crime, foi tudo fotografado e filmado. Disse que matou ele com quatro machadadas – afirma Masson.

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O crime, segundo o delegado, teria ocorrido após Mariléia e o marido terem saído para passear na noite do dia 6 de agosto. Os dois teriam bebido pelo menos uma garrafa de vinho e foram até o lago da empresa de Zancanela, onde estacionaram o carro e ocorreu o assassinato. Em depoimento à policia, a mulher disse que os dois tiveram uma discussão em função de “desavenças sexuais”. Por isso, Mariléia teria dado quatro machadadas no marido enquanto ele estava deitado. Ainda, de acordo com ela, Zancanela sempre carregava o machado usado no crime no carro – a polícia não conseguiu confirmar essa informação.

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– Alguns detalhes do que ela contou não batem. Continuamos investigando a hipótese de premeditação, pois temos vários indícios, porém ela não confirmou isso no depoimento – explica o delegado.

Masson relata ainda que Mariléia negou com veemência a participação de outras pessoas no assassinato. Após a reconstituição, a mulher retornou para o presídio feminino. O delegado irá ouvir outras duas pessoas sobre o caso.

Relembre o caso

O operador de retroescavadeira Anderson Vicente Zancanela foi assassinado com cortes no pescoço no dia 6 de agosto. Porém, o corpo só foi encontrado no dia 8 na beira de um lago na empresa de extração de areia onde ele trabalhava. No dia 7, a esposa Mariléia chegou a registrar na delegacia o desaparecimento do marido, mas negou envolvimento no caso.

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No mesmo dia, a Polícia Civil apreendeu o carro de Mariléia, com marcas de areia e lama característicos da extração. Além disso, na residência do casal, em Balneário Piçarras, também foi encontrado um machado escondido, com indícios de sangue e cabelo, que foi enviado para perícia.

O delegado Masson conta que a mulher havia lavado o machado, assim como a garagem e algumas roupas na noite de quinta-feira. Uma das hipóteses apontadas pela polícia é de que a mulher teria sedado o marido para levá-lo até o local do crime, onde usou o machado para matá-lo. Para a polícia, a intenção dela era jogar o corpo no lago, para dificultar a sua localização. Porém, Mariléia contou outra versão em depoimento.

Na tarde de domingo, antes de ser presa, a mulher chegou a tentar suicídio em sua residência. Ela teria ingerido veneno para rato e também cortado os pulsos, mas recebeu atendimento médico a tempo.

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Contraponto

O advogado de Mariléia, Edilberto Kuss disse que sua cliente confessou o crime, está arrependida e esclareceu as circunstâncias à polícia. Segundo ele, o homicídio ocorreu após uma briga e não foi premeditado. O advogado relata ainda que Mariléia iria se entregar à polícia no dia 10 de agosto, porém acabou tentando o suicídio um dia antes. Kuss afirma que ela já fazia tratamento por problemas psicológicos e teria tentado suicídio outras vezes. Ele irá aguardar que o delegado remeta o inquérito para a Justiça para apresentar a defesa.