Policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) admitem que o homem preso em flagrante na posse das armas importadas e de uso restrito não seria o verdadeiro dono do arsenal.
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Conforme policiais, a suspeita é que ele seja um laranja e que estaria guardando o armamento na sua casa, no Morro da Caixa, alvo de uma operação na manhã desta segunda-feira, em Florianópolis.
O homem, de 36 anos, disse ao DC que é o responsável pelo armamento, embora tenha afirmado também que trabalha numa marmoraria, é pai de família e não tem nenhum envolvimento com o tráfico de drogas e o crime organizado.
– É minha, assumo. Não vou mentir para a polícia. Até já havia sido preso por porte de armas há 11 anos – comentou o preso, que não teve o nome divulgado.
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Foram apreendidas oito armas. São seis pistolas (cinco calibre 9mm e uma .380), dois revólveres calibre .38, além de 12 carregadores (sendo dois alongados de 30 disparos) e 330 munições de diversos calibres.
São armas importadas e de uso exclusivo às forças de segurança. O detalhe é que uma das pistolas apresentava um mecanismo acoplado de forma que era possível dar rajadas de disparos (aperta o gatilho e dispara até terminar a munição de forma continuada), numa ação semelhante a de uma mini metralhadora.
A Deic localizou o armamento escondido na casa em que os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão. Estava numa mochila de fácil acesso, o que indica que as armas vinham sendo usadas.
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Responsável pela ação, o delegado da Divisão Especializada de Combate ao Narcotráfico (DENARC), João Fleury, disse que a Deic descobriu o armamento numa investigação sobre o tráfico de drogas e que por enquanto a polícia não pode dar mais detalhes sobre quem estaria por trás do arsenal para não prejudicar a investigação.
Fleury disse que as armas serviam para criminosos proteger pontos de drogas, guarnecer os integrantes em casos de confrontos com bandidos rivais e para fazer frente a ações policiais.
– Posso dizer que eles (criminosos) estão se armando muito nos morros de Florianópolis (cita Caixa e Chico Mendes) e se envolvendo em ocorrências cada vez mais violentas – alertou o delegado.
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Além do desfalque para o crime organizado, a polícia espera que a apreensão resulte na diminuição de crimes como roubos na Capital.
De acordo com o diretor da Deic, delegado Akira Sato, as armas serão encaminhadas ao Instituto Geral de Perícias (IGP) na expectativa que os testes de balísticas possam levar a polícia a descobrir se elas foram utilizadas em crimes como os atentados.
A operação mobilizou policiais da Deic, Coordenadoria de Operações Policiais Especiais (COPE) e canil da Divisão de Investigação Criminal de Fronteira (DICFron) de São Lourenço do Oeste. O homem preso foi autuado em flagrante e será encaminhado ao sistema prisional da Capital.
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MORTES E APREENSÕES
O Morro da Caixa fica nas proximidades da Avenida Ivo Silveira e nos últimos anos tornou-se local de grandes apreensões de drogas e mortes entre guerras entre criminosos e em confrontos com as polícias Civil e Militar.
A última morte aconteceu no dia 23 de janeiro, quando um adolescente de 17 anos conhecido como Gabrielzinho morreu em uma troca de tiros com a Polícia Militar.
Policiais afirmam que é grande a comercialização de drogas na região, que já ficou conhecida como feira livre de drogas na madrugada.
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