A marca de um tiro no portão foi o que sobrou dos momentos de terror vividos por moradores de um condomínio no Bairro da Barra quarta-feira pela manhã. Homens, mulheres e crianças foram despertados pelo barulho dos seis tiros que atingiram nas costas o empreiteiro Luciano Mussi, 44 anos. Ao lado do corpo, o filho dele, de 12 anos, chorava a morte do pai.

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– Ele estava desesperado, tremia muito e pedia que cobríssemos o corpo. Foi muito triste – conta a dona de casa Iloídes Juvileski, 45, que acudiu o garoto.

O menino havia saído com o pai para buscar um funcionário da empreiteira que vive no condomínio, na Rua Damaciano dos Santos, no início da manhã. O empregado, que está com medo e não quis se identificar, diz que a moto dele havia estragado sábado, e desde então Mussi o levava até a obra onde estava trabalhando.

– Ele era uma ótima pessoa – contou.

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Do carro, o garoto viu quando o pai cruzou o portão e foi surpreendido pelo atirador. Segundo vizinhos, o assassino não deu chance de defesa: atirou pelas costas e fugiu num carro preto, sentido BR-101.

Polícia suspeita de acerto de contas

Mussi caiu, agonizando, na soleira da porta de Juliani Nichelatti, 33. Ele teria tentado dizer algo antes de morrer, mas não conseguiu. O filho dela, também de 12 anos, viu quando o menino entrou correndo, olhou o corpo do pai e começou a chorar.

– Meu filho ficou impressionado e pediu que eu o abraçasse – conta Juliana.

A polícia acredita que o empreiteiro tenha sido morto em um acerto de contas. O principal suspeito, segundo o delegado Rodrigo Coronha, é um homem para quem Mussi havia emprestado R$ 300. Não se sabe se ele seria o assassino ou se teria encomendado o crime:

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– Essa dívida foi paga segunda-feira, mas os dois se desentenderam e um bateu no carro do outro. A vítima era uma pessoa tranquila, a princípio não vemos outra hipótese.

Policiais procuraram o suspeito em casa e no trabalho ontem, mas ele não foi encontrado.