Com duas prisões realizadas nos últimos dias, a Delegacia de Combate às Drogas (Decod) de Florianópolis não encerrou as investigações de um bárbaro caso de tortura contra um homem de 56 anos no bairro Saco Grande e ainda procura mais envolvidos no crime. Um dos capturados também é suspeito de praticar assaltos na Capital.

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Carlos Alexandre Lourenço Machado, 24 anos, foi preso em Biguaçu no sábado de manhã em uma operação conjunta entre policiais civis e a Polícia Militar. Ele teve mandado de prisão decretado pela tentativa de homicídio e também foi autuado em flagrante por porte de uma pistola Tauras calibre .40 furtada de um policial civil e que leva um brasão da Polícia Civil.

O delegado da Decod responsável pela investigação, Attilio Guaspari Filho, afirmou que além da tentativa de homicídio, Machado irá responder por porte de arma de uso restrito. Segundo o delegado, ele estava com um HB20 clonado no momento da prisão, proveniente de furto ou roubo e cujo verdadeiro proprietário é do Rio Grande do Sul. Machado também vai responder por esse crime, conforme a polícia.

— Ele (Machado) é um dos líderes do tráfico de drogas na região do Saco Grande e suspeito de vários assaltos que estão sendo investigados em Florianópolis — disse o delegado.

A Decod procura mais envolvidos com a tortura praticada no dia 29 do mês passado no Saco Grande, quando a vítima foi expulsa de uma quitinete em que morava, teve os dentes arrancados com alicate, uma orelha cortada e sofreu agressões físicas por todo o corpo. O motivo do crime está sendo investigado.

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Também está preso temporariamente por tentativa de homicídio Paulo Antônio Homem Júnior, 18 anos, capturado na sexta-feira no Saco Grande e reconhecido pela vítima. Os dois negam envolvimento na tortura, que causou um clima de medo a moradores na comunidades do Caju e Pedra de Listras, no Saco Grande — o torturado foi abandonado embaixo de um viaduto no Cacupé (SC-401), mas sobreviveu e já deixou o hospital.

A PM prometeu intensificar as operações no bairro, onde há denúncias de que traficantes estão fazendo ameaças, expulsando moradores e impondo a lei do silêncio.

O Ministério Público de SC acompanha o caso e o promotor que atua nos crimes que vão a júri popular, Wilson Paulo Mendonça Neto, disse que espera a conclusão das investigações para verificar se deflagra ação penal contra os presos.