Três suspeitos de envolvimento no ataque que matou a soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, foram detidos nesta terça-feira. Dezenas de homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) e do Batalhão de Choque percorreram as vielas à procura dos criminosos, e o Bope vai reforçar por tempo indeterminado o policiamento no Complexo do Alemão.

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Os bandidos também metralharam a nova sede da UPP, inaugurada em 9 de julho – mesmo dia em que o Exército saiu dos complexos da Penha e do Alemão. Pelo menos 12 tiros atingiram o prédio. Uma viatura também teve vidros estilhaçados. Testemunhas disseram que os dois ataques ocorreram simultaneamente, por volta das 21h de segunda-feira, e tiveram a participação de 12 criminosos.

Um soldado da UPP disse que os bandidos saíram de um beco e efetuaram diversos disparos em direção a Fabiana. Um tiro de fuzil atravessou o colete à prova de balas e atingiu o peito da soldado. Após um lanche, ela retornava ao seu setor de policiamento, onde estavam três PMs da UPP.

– Estatisticamente temos pouquíssimas ações de uso de fuzil em UPPs contra os policiais. E neste momento o colete era o adequado para este tipo de serviço – disse o coronel Rogério Seabra, do Comando de Polícia Pacificadora (CPP).

Enquanto o Exército atuou nos complexos, 800 homens faziam o policiamento da região por turno, segundo o Comando Militar do Leste. Com a PM, o efetivo total aumentou, mas a quantidade de homens por turno caiu pela metade, segundo o CPP.

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Questionado se o número de policiais por turno seria aumentado, Seabra irritou-se:

– O efetivo da polícia é muito maior que o do Exército, e muito maior por turnos do que era do Exército. Você talvez não esteja amparado com os dados específicos. A nossa ação em UPPs é muito maior do que na cidade como um todo. A relação de policiais por habitante é maior. É adequado e sempre que for necessário, ampliaremos.

Em nota, o governador Sérgio Cabral, que está em Londres, declarou que “a política de pacificação, representada pela UPP, não tem volta, e será cada vez mais consolidada a ampliada”.