Três pessoas suspeitas da prática do crime de tortura foram presas pela Polícia Civil de São Joaquim nesta sexta-feira, 1º, na Serra catarinense. Dois deles são funcionários de uma empresa de vigilância e monitoramento em Urubici. Eles serão encaminhados para o Presídio Regional de Lages. As informações são da assessoria de imprensa da corporação.

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Os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada após investigação que apura a prática dos crimes de tortura, roubo, porte ilegal de arma de fogo e usurpação da função pública contra duas pessoas na cidade de São Joaquim. Em um dos casos, os criminosos fingiram ser agentes da Polícia Civil para poder retirar uma das vítimas à força de dentro de um bar na cidade.

Suspeita de furto está na origem da violência

A investigação começou em julho, quando uma pessoa foi até a delegacia denunciar que havia sido torturada por quatro homens que exigiam a confissão de um furto que ela não cometeu. Os homens teriam utilizado violência física e psicológica, inclusive com a utilização de arma de fogo e ameaças de morte.

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Dias depois da primeira denúncia, uma segunda vítima de tortura procurou a polícia. Ela contou que estava dentro de um bar quando três homens chegaram no estabelecimento, em um veículo particular, identificaram-se na portaria como sendo policiais civis, a sequestraram e levaram embora.

Dentro do veículo, portando arma de fogo, os sequestradores levaram a vítima até um sítio onde, juntamente com a pretensa vítima do crime de furto e outros indivíduos, ela foi torturada por cerca de 15 minutos. Os suspeitos exigiam que ela confessasse o furto e devolvesse os bens levados. A vítima ainda teve o celular e a carteira roubada, com documentos pessoais e R$ 430 dentro.

Após agressões e ameaças, os suspeitos colocaram o homem na caçamba de uma caminhonete, percorreram aproximadamente 20 quilômetros e o soltaram em um local ermo, a cerca de 15 quilômetros de São Joaquim. As lesões sofridas pela vítima foram confirmadas por exame pericial que já faz parte do inquérito.

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Verdadeiros autores do furto foram presos

Segundo a Polícia Civil, as duas vítimas da tortura não tiveram qualquer participação no crime de furto. Um inquérito instaurado para apurar esse crime específico apontou os verdadeiros autores, que foram presos em outro município da região serrana após cometerem um novo furto.

Até serem intimadas para prestar depoimento, as testemunhas que estavam no bar quando uma das vítimas foi sequestrada acreditavam que os agressores eram mesmo policiais civis.