Policiais da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público (MP) estadual do Rio de Janeiro prenderam, na madrugada desta terça-feira (12), um ex-PM e um policial militar tidos como suspeitos pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As informações são do portal G1.
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A ação foi feita com equipes reduzidas para evitar chamar atenção. Às 5h, já eram cumpridos mandados de prisão em endereços dos suspeitos.
Os detidos são o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, apontado pelas investigações como o suspeito responsável por atirar contra a vereadora. O segundo suspeito seria o policial militar reformado Élcio Vieira de Queiroz, 36. Ele estaria no carro quando os tiros contra a vereadora foram disparados.
Segundo o jornal O Globo, o policial Lessa foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste. O local é o mesmo que o presidente Jair Bolsonaro tem casa.
De acordo ainda com o jornal carioca, Lessa entrou na lista de suspeitos após ser vítima de uma emboscada, em 28 de abril, trinta dias depois do assassinato da vereadora. A suspeita seria que pessoas envolvidas no crime teriam tentado promover uma queima de arquivo.
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Os investigadores também teriam identificado que o policial reformado teria feito pesquisas sobre a rotina de Marielle e sobre eventos que participaria semanas antes do crime.
Além dos pedidos de prisão, o Ministério Público também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de Lessa. Também foi pedido à Justiça indenização por danos morais das famílias da vítima e pensão em favor do filho de Anderson Gomes até ele completar 24 anos.
Buscas em pelo menos outros 34 endereços de outros suspeitos devem ser realizadas no Rio de Janeiro ao longo desta terça-feira.
Denúncia por tentativa de homicídio contra assessora de Marielle
Os dois suspeitos presos na manhã desta terça também foram denunciados por tentativa de homicídio da assessora de Marielle, que sobreviveu ao atentado. Segundo a denúncia, Marielle teria sido morta em razão de sua militância em favor dos direitos humanos. A operação desta manhã foi a primeira com a participação do Ministério Público do Rio, por meio do Gaeco, que é o grupo de combate ao crime organizado. Essa unidade investiga crimes principalmente relacionados às milícias no Rio.
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A ação foi batizada de Lume, em referência ao Buraco do Lume, praça no centro do Rio em que parlamentares do PSOL costumam se reunir para falar de seus mandatos, toda sexta-feira. Marielle tinha um projeto no local chamado Lume Feminista.
— É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia — diz a denúncia.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, os presos foram levados para a Delegacia de Homicídios, no Rio, que lidera as investigações. Está prevista para as 11h uma coletiva com as autoridades do caso.
Um ano da morte de Marielle e Anderson
Anderson Gomes levava a vereadora Marielle e uma assessora de um evento da Lapa, centro, para a Tijuca, zona norte, no Rio. No meio do caminho, em uma região do centro conhecida como Cidade Nova, um carro emparelhou com a do vereadora e uma pessoa disparou, segundo a polícia, uma arma automática.
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De acordo com a promotoria, "a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado" contra a vereadora e o motorista.
Os crimes contra Marielle e Anderson completam um ano nesta quinta-feira (14).