Se a onda de ataques promovidos por organizações criminosas no Estado ganhou repercussão com imagens de tiros e veículos queimados nos últimos dias, quarta-feira foi a vez de a polícia dar o troco em uma operação que não economizou na participação de agentes e aparatos especiais em Joinville.
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Dezenas de policiais madrugaram na sede da delegacia regional e acertaram detalhes em conjunto antes de desencadearem a operação em uma série de bairros da cidade. Os principais alvos eram suspeitos de participação em crimes, mas especialmente de integrarem o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) com envolvimento direto nos últimos atentados na cidade, segundo a Polícia Civil.
Na operação que integrou as polícias Civil e Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os policiais cumpriram pelo menos 20 mandados de busca. Cerca de 15 pessoas foram ouvidas na delegacia, desde suspeitos a testemunhas. Destas, sete foram presas por meio de mandados e situações de flagrante.
Um deles é Carlos Jardel Correia, mais conhecido como “Badalo”. Outros integrantes da mesma família respondem a processos por tentativa de homicídio. Ele já foi preso por tráfico de drogas e negou, quarta-feira, na delegacia, ter envolvimento com os atentados.
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Além dele, foram presos preventivamente como suspeitos de envolvimento nos atentados Rafael de Oliveira, Antônio Rubens dos Reis, Jeison Willian Airoso, Fabio Wress e Ademir de Borba. O sétimo homem da lista, Mauri Gonzaga Lotero, foi detido por suspeita de envolvimento em um homicídio. Todos foram levados para o presídio regional.
A operação contou com o apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar. Outra aeronave, o helicóptero Pelicano da Polícia Civil, também cruzou os céus de Joinville antes do amanhecer – na noite anterior, a movimentação do helicóptero com as luzes acesas foi percebida em algumas regiões de Joinville.
Operação continua
Em coletiva à imprensa, quarta-feira à tarde, o delegado regional da Polícia Civil, Dirceu Silveira Júnior, informou que a operação deve continuar até que a tranquilidade volte a pairar sobre a população joinvilense. Para isso, 80 policiais integrantes da Deic, do Bope e do Canil, além do serviço aéreo, de Florianópolis, estão reforçando a equipe em Joinville. Novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.
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– Nós estamos preocupados com esse episódio, por isso intensificamos algumas ações repressivas, preventivas e investigativas -, frisou Dirceu Silveira.
Confusão e tiro durante escolta
Um dos presos tentou fugir enquanto era escoltado em uma viatura descaracterizada de São Francisco do Sul até Joinville. De acordo com a polícia, Carlos Jardel Correia, o Badalo, e Fábio Wress, foram conduzidos no banco de trás do carro, algemados com as mãos para trás.
Fábio conseguiu passar os braços para frente e tentou pegar a arma do policial. O suspeito ainda abriu a porta do carro e se jogou na rua. Houve um disparo que atravessou o vidro, mas não atingiu ninguém. Por causa da queda, Fábio sofreu um ferimento na cabeça e precisou ser levado ao hospital para receber atendimento.
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