As Polícias Civis de Santa Catarina e do Paraná deflagraram na manhã desta quarta-feira a Operação Shalom, contra uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes na venda de pacotes de turismo em mais de seis Estados brasileiros. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e oito prisões foram efetuadas pelos agentes, nas cidades de Curitiba, em dois municípios da Região Metropolitana – Araucária e Almirante Tamandaré –, em Piracicaba e em São Paulo. Somente em Blumenau, a quadrilha teria lesado cerca de 108 pessoas, com prejuízo em torno de R$ 800 mil.
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A investigação foi em conjunto com a 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau e a Delegacia do Consumidor de Curitiba e apontou esta quadrilha que aplicava diversos golpes, por meio de uma agência de viagens chamada "Shalom Operadora", que operava a partir dos Estados de Santa Catarina e Paraná.
De acordo com o delegado Lucas Gomes de Almeida, da 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau, somente na cidade do Vale do Itajaí, aproximadamente 108 pessoas foram vítimas do golpe, que consistia na venda de falsas caravanas para conhecer Jerusalém, em Israel.
– As vítimas pagavam de R$ 6 mil a R$ 9 mil nos falsos pacotes, que nunca ocorreram. Somente em Blumenau, o prejuízo total foi de cerca de R$ 800 mil – diz o delegado.
Os investigados se passavam por pastores e agiam dentro de igrejas evangélicas e católicas, oferecendo os pacotes para os fiéis. Sindicatos e associações também eram alvos da organização criminosa.
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– Eles ganhavam a confiança das vítimas e lideranças das igrejas, negociando por meses as grandes caravanas, até a aplicação do golpe, alegando depois que a empresa faliu. Além disso, anunciavam pacotes a um valor de aproximadamente R$ 10 mil, mas depois, em uma "promoção relâmpago", reduziam o preço para praticamente a metade, bem abaixo do valor de mercado, mas por pouco tempo, o que atraía muitas pessoas – completa o delegado Almeida.
Segundo a Polícia Civil, o prejuízo estimado foi de cerca de R$ 4 milhões no golpe aplicado nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e São Paulo. O suspeito de chefiar a quadrilha já teria sido preso em 2015 pelo mesmo golpe, sendo detido no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, momentos antes de fugir do país.
No ano de 2015, o prejuízo foi de cerca de R$ 1 milhão também com a venda de falsos pacotes. Alguns dos suspeitos presos nesta quarta-feira, respondem inquéritos e processos penais por estelionatos.
– A quadrilha, para não gerar desconfianças, sempre criava outras empresas de fachada para a mesma prática de golpes, pois quando o nome de uma agência estava "queimada", passavam a usar uma nova pessoa jurídica para aplicar os golpes – diz o delegado Almeida.
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De acordo com a Polícia Civil o grupo aplicou o golpe em pelo menos mil pessoas. Com a divulgação da operação, é possível que outras vítimas da quadrilha entrem em contato com a corporação.