A Polícia Civil de Penha prendeu nesta quarta-feira uma jovem de 20 anos por denunciação caluniosa. Ela foi conduzida por militares até a delegacia, onde alegou ter sido sequestrada, mas, durante interrogatório e após diligências, os policiais descobriram que ela não teria sido sequestrada e sim estava traindo o marido com o suposto sequestrador.

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Com medo de ser descoberta pelo marido, a jovem teria procurado policiais militares afirmando um suposto sequestro. Segundo relato dela, na delegacia, ela teria saído de casa por volta das 10h de terça-feira para procurar emprego, deixando em casa o marido e a filha. Enquanto caminhava pelo calçadão da praia de Navegantes, teria sido surpreendida por uma caminhonete preta, da qual desceu um homem que a agarrou e colocou um pano em sua boca, sedando-a.

A mulher afirmou que acordou no fim da tarde, em um apartamento, com uma fita na boca e as mãos amarradas. No local estava o homem que a sequestrou, empunhando uma arma de fogo, dizendo que iria matá-la e enterrar o corpo na areia da praia. Ela declarou que todo o tempo em que permaneceu presa foi submetida a sessões de espancamento.

Ela teria conseguido fugir nesta quarta durante um momento de descuido do sequestrador, pulando a sacada do primeiro andar do apartamento onde estava presa. Em seguida ela pediu ajuda para o motorista do caminhão do lixo que passava naquele local, que a deixou em uma panificadora, até a chegada dos policiais militares.

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– Entramos em contato com o marido da jovem, que confirmou que ela estava desaparecida desde terça-feira, quando disse que iria sair para procurar emprego -, destacou Allan Martins Coelho, policial civil responsável pela Delegacia de Penha.

Contradições

Várias contradições apareceram no interrogatório da vítima. Outra incoerência observada pela polícia era que a jovem, apesar de relatar ter apanhado, não apresentava nenhum hematoma no corpo.

O caminhão do lixo que socorreu a mulher foi encontrado e o motorista apontou o local onde a teria socorrido, tendo a jovem acompanhado os policiais até o endereço, indicando de qual apartamento tinha fugido. O morador do apartamento foi chamado e a vítima teria confirmado que ele seria o sequestrador.

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O homem se identificou, confirmou que desde terça esteve na companhia da jovem e disse que os dois usaram drogas e mantiveram relações sexuais durante a noite. Ela teria ido embora para comprar mais preservativos. O proprietário do apartamento permitiu então a entrada dos policiais em sua residência, onde foi apurado que havia diversos preservativos usados pelo chão, bebidas alcoólicas na geladeira, latas vazias de cerveja, lanches não consumidos e vestígios de uso de cocaína.

Ele ainda declarou que já conhecia a jovem e que a encontrou em Navegantes, onde almoçaram e posteriormente foram para Penha, de carona com um amigo. O morador apontou ainda um bar localizado na avenida Eugenio Krause, onde teria permanecido por algumas horas com a jovem.

Os policiais foram até o estabelecimento comercial onde o proprietário reconheceu a vítima e confirmou que ela esteve no bar com seu suposto sequestrador, com quem chegou de mãos dadas e bebeu algumas cervejas.

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– Diante dos fatos e restando devidamente comprovado que a jovem criou toda esta história com a intenção de maquiar sua traição conjugal, a ela foi dado voz de prisão – finalizou Coelho.