O mistério sobre a morte de Natal Avi, 54 anos, pode ter chegado ao fim e com um desfecho que envolveria a própria família da vítima. Três dias após o corpo de Natal ser encontrado com lesões na cabeça e no rosto em um barranco no bairro Rio Branco, em Brusque, a mulher e o filho de Natal foram presos por suspeita de serem os responsáveis pelo crime. Segundo a polícia, o enredo do assassinato, que aconteceu na sexta-feira, começou com um pedido de ajuda do filho para consertar um automóvel e veio à tona após violência, desova do corpo e contradições em depoimentos.
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A mulher de Natal, Maria de Fátima Legal, 52, e o filho Eduardo Avi, 24, foram apresentados nesta terça-feira pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Brusque, após autorização da prisão provisória. Cleon Betim dos Santos, 23, conhecido da família, também foi preso porque teria participado do crime. A intervenção de um adolescente ainda está sob investigação.
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A motivação do crime, segundo os depoimentos dos suspeitos à polícia, teria sido o interesse na herança da vítima e supostas humilhações e agressões sofridas por Maria de Fátima. Segundo a Polícia Civil, no entanto, não havia denúncias formais de agressão envolvendo o casal.
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Natal trabalhava com transporte de lenhas e estava casado há 36 anos. Era morador de Botuverá e residia com a mulher, o filho e a nora. Conforme a polícia, para contar com a ajuda de Cleon, Maria de Fátima e Eduardo teriam prometido a ele R$ 1 mil em dinheiro, um carro e até mesmo um imóvel após a morte de Natal. O crime estaria sendo planejado ao longo das últimas semanas, segundo as investigações da polícia.
Veja mapa com o trajeto do crime, segundo a polícia
De acordo com o delegado Alex Bonfim Reis, a investigação chegou à família de Natal após ouvir moradores, avaliar imagens de câmeras de monitoramento e identificar contradições nos depoimentos prestados na segunda-feira.
– Se formos considerar a brutalidade e o envolvimento da mulher e do filho, foi um dos crimes mais horrendos que já presenciamos – diz o delegado.
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Os suspeitos tiveram prisão preventiva decretada e, segundo a Polícia Civil, poderão responder por homicídio triplamente qualificado, com pena de 12 a 30 anos de reclusão. Cleon ainda responderá por furto, porque teria levado cerca de R$ 300 que a vítima teria na carteira. Maria de Fátima foi encaminhada ao Presídio de Tijucas, enquanto Cleon e Eduardo foram conduzidos à Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque.
CONTRAPONTO
O que diz a defesa de Maria de Fátima, Eduardo e Cleon
Até o fechamento da edição os suspeitos Maria de Fátima, Eduardo e Cleon ainda não tinham advogados constituídos segundo informações da UPA e da Delegacia de Polícia Civil de Brusque. A delegacia informou ainda que a Defensoria Pública deve distribuir os advogados para defesa após a conclusão do inquérito, que deve ocorrer até a próxima semana.