A Polícia Civil prendeu o casal de proprietários de uma distribuidora flagrada pela Cidasc nesta quinta-feira com alimentos vencidos e adulterados em Balneário Camboriú. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Márcio Luiz Colatto, os dois irão responder por crimes contra o consumidor e contra a saúde pública. O delito não possui fiança – apenas se for determinada pela Justiça.

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Sebastião Domingos Pereira, 55 anos, e Eliane Regina Serpa Pereira, 47 anos, serão conduzidos ao presídio da Canhanduba e ao presídio do Matadouro, respectivamente, em Itajaí. O delegado Colatto explica que os dois preferiram se manifestar sobre o caso somente em juízo.

– Todo material apreendido foi encaminhado para a perícia verificar se estava ou não apto para consumo. O resultado deve sair em torno de 15 dias – afirmou.

A apreensão de mais de uma tonelada de alimentos vencidos foi feita pela Cidasc na Tião Comércio de Frios, no bairro das Nações. Queijos, presuntos, apresuntados, salames e salsichas de diferentes marcas eram reembalados pela empresa com uma nova data de validade e depois vendidos para empresas da região, como pizzarias, lanchonetes, hotéis, supermercados e até hospitais.

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Conforme a Cidasc, a distribuidora não tinha qualquer tipo de inspeção sanitária para fazer esse serviço, por isso foi interditada pela Vigilância Sanitária do município. Cerca de 100 empresas da região podem ter recebido as mercadorias vencidas ou adulteradas, segundo a lista de clientes do mês de julho.

A Cidasc informou que vai alertar a Vigilância Sanitária e os estabelecimentos que receberam mercadoria sobre o caso, além de solicitar a retirada dos produtos.

Contraponto

O advogado da Tião Comércio de Frios, Felipe Cabral, conversou com a reportagem no fim da tarde e disse que irá pedir a liberdade provisória do casal. Segundo ele, não ficou provado que a empresa vendia os produtos vencidos.

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– Os proprietários me disseram que esses produtos foram encontrados estocados e iriam ser devolvidos. Já os produtos que estavam com data de validade próxima eram embalados e fornecidos a estabelecimentos que ocupam com mais rapidez – argumenta.

Sobre a falta de inspeção de sanitária e de autorização para fazer a manipulação dos alimentos, o advogado afirmou que a empresa possui os documentos e estaria se regularizando.