O delegado responsável pela investigação criminal da operação pente-fino no Presídio Regional de Joinville, Fábio Estuqui, ouviu nesta quinta-feira seis presos que teriam sido agredidos pelos carcereiros e um agente prisional que participou da ação. A polícia investiga se houve excesso por parte dos agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap) na ação do dia 18 de janeiro. “A Notícia” divulgou o vídeo, com exclusividade, no último dia 2.
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Três dos seis presos ouvidos foram atingidos com tiros de munição de borracha. Outros dois teriam sido atingidos pela granada de efeito moral. o sexto preso, que é paraguaio, deslocou o ombro por causa de um golpe que levou de um agente. Com o auxílio das imagens, o delegado pôde observar o golpe.
O carcereiro teria saltado no meio do grupo de 60 presos agachados no pátio para tentar conter dois deles que estariam incitando uma reação dos detentos. Ao pular, acabou atingindo o paraguaio com os pés.
O relato dos presos foi o mesmo. Eles contaram ao delegado que os agentes chegaram ao pavilhão bem cedo, por volta das 7 horas. Alguns estavam tomando café, enquanto outros dormiam. Os carcereiros chegaram dando tiros com munições de borracha e fazendo uso de gás de efeito moral, conforme o depoimento dos detentos.
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A ordem era para que todos ficassem nus e paralisados. Um por vez foi encaminhado ao pátio para que as celas fossem vistoriadas. Nas celas, os agentes encontraram maconha e celulares.
Os presos alegaram ainda que não tentaram reagir. Mas confessaram que proferiram gritos de repúdio à ação dos agentes.
– Eles começaram a gritar chamando os agentes de covardes -, contou o delegado.
Os detentos disseram ainda que os atentados em Santa Catarina nada têm a ver com o que aconteceu no presídio de Joinville. Eles afirmam que escreveram duas cartas relatando a ação dos agentes apenas aos familiares e ao juiz.
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O agente prisional que prestou depoimento atuava em Joinville e seria responsável por saltar entre os presos. Ele afirmou que não estava armado e retirou dois presos do grupo porque estariam incitando reação dos demais.
No sábado, o delegado irá ouvir agentes prisionais de Jaraguá do Sul e Barra Velha que participaram da operação. Os demais agentes lotados em Florianópolis serão ouvidos na segunda-feira.