Uma cardiopatia causada por uso de cocaína, associada à descarga elétrica de um disparo de taser – pistola de choques – levou à morte o pedreiro Marcos Antônio Clarinda, 48 anos, apontou o laudo do Instituto Geral de Perícias. A arma não letal foi usada por policiais militares porque Clarinda estaria bastante agitado.
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O caso ocorreu em 25 de janeiro deste ano, quando o pedreiro, que dirigia em zigue- zague e alta velocidade, bateu o carro na Via-Expressa, em Florianópolis, durante perseguição policial. O relatório da Polícia Civil não apontou nenhum responsável pela morte.
Agora, o Ministério Público (MP) e a Justiça analisam as informações para decidir se houve excessos e definir se existiu algum crime. O delegado Thiago Costa, responsável pela investigação, explicou que descreveu no inquérito a conduta de cada um dos policiais militares que trabalharam na ocorrência e deixou a cargo do MP e da Justiça a definição de abertura de ação penal ou não contra os PMs.
Costa lembrou que há imagens de todo o atendimento prestado a Clarinda após a perseguição. A gravação também mostra que o pedreiro dirigia de maneira perigosa e não obedeceu as ordens da PM para parar o carro que conduzia. Por conta disso, foram feitos disparos nos pneus do veículo que, com controle perdido, bateu em uma mureta.
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Instrutor defende PM
Os policiais militares foram ouvidos e alegaram que, mesmo com o acidente e o carro parado, o motorista estava muito agitado e foi preciso intervenção para acalmá-lo. Na ocasião, houve disparo da taser. Na sequência, socorristas do Samu aplicaram tranquilizante no pedreiro, que acabou morto instantes depois.
A gravação foi mostrada para um instrutor da Academia da Polícia Militar, que considerou o procedimento como correto. O delegado afirmou, no entanto, que as imagens sugerem contradições, assim como os depoimentos coletados sobre a ocorrência, o que levariam a outras interpretações do caso. Por este motivo, a decisão ficou a cargo do MP e da Justiça.
Costa ainda ressaltou que somente uma pessoa atirou com a pistola de choque. Quando a morte ocorreu, a família do pedreiro contestou a maneira com que os socorristas e os policiais agiram. Um advogado foi contratado para acompanhar as investigações, mas nenhum deles foi ouvido porque não estavam no local em que tudo ocorreu.
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