A Polícia Civil de Joinville não acredita que a arma utilizada na morte de Gabriella Custódio Silva, de 20 anos, no último dia 23, tenha sido jogada no Canal do Linguado como aponta Leonardo Natan Chaves Martins, suspeito de ter atirado contra a mulher. Em novo depoimento prestado à Delegacia de Homicídios (DH) na segunda-feira (29), o jovem de 21 anos reafirmou que o tiro que matou Gabriella foi acidental e que ele, com ajuda do pai, se desfez da pistola neste trecho da Baía da Babitonga.

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De acordo com o delegado Elieser Bertinotti, que investiga o caso, apesar de os dois continuarem afirmando que jogaram a arma no segundo braço do Canal do Linguado, entre Joinville e São Francisco do Sul, eles não quiseram apontar pessoalmente o local onde teria ocorrido o descarte. Isso faz com que a polícia suspeite desta versão.

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— Eles só indicaram onde a arma estaria, mas não quiseram ir até o local. Se eles se opuseram a mostrar pessoalmente este local, então como que é fidedigna essa informação? — questiona o delegado.

Depois do depoimento a Polícia Civil, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, foi até o suposto trecho citado por Leonardo e Leosmar Martins. No entanto, nada foi encontrado. Não há previsão de que novas diligências sejam feitas no Canal do Linguado.

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Ainda conforme a polícia, nenhum laudo sobre a morte foi expedido até o momento e segue como principal hipótese, o crime de feminicídio. Leonardo Martins é suspeito de atirar contra a jovem, enquanto a conduta do pai dele está sendo apurada não por relação à morte, mas à questão de fraude processual, uma vez que, segundo a defesa dele, a intenção do pai era a de isolar o filho e, com medo de que Leonardo tirasse a própria vida, o pai se desfez da arma.

O prazo legal de conclusão do inquérito criminal que investiga a morte de Gabriella Custódio Silva é de 30 dias, mas a Delegacia de Homicídios pretende finalizar o caso o mais breve possível.

Versão apresentada à polícia

Em depoimentos prestados na quinta e segunda-feira (30), Leonardo Natan Chaves Martins, de 21 anos, que era companheiro de Gabriella, disse ter atirado acidentalmente nela com uma arma pertencente a seu pai, Leosmar Martins, e comprada um dia antes de Gabriella falecer, depois de ser atingida com um tiro no peito, no dia 23 de julho.

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Durante o depoimento, Leonardo afirmou que o seu pai havia lhe contado que tinha comprado a arma e isso teria despertado a curiosidade do jovem. No dia seguinte, ele então teria perguntado ao pai onde estava o revólver, de cor preta e marca desconhecida. A resposta teria sido de que a arma de fogo estava guardada dentro do sofá da sala.

Ele afirma, então, que, quando mostrava a arma para a mulher, aconteceu o disparo. Ele reiterou que a arma disparou sozinha, segundo a polícia, "mesmo após várias indagações de que uma arma de fogo não dispara sozinha".

Depois, conforme descrito no depoimento, Leonardo conta que partiu direto para o hospital, onde deixou Gabriella, e depois ligou para o pai. Afirmou também que seu pai estava desesperado e lhe levou para São Francisco do Sul, e, no caminho pararam no Canal do Linguado e se desfizeram da arma.

As investigações prosseguem. O Jornal A notícia entrou em contato e ainda aguarda a manifestação da Defesa de Leonardo Martins sobre o prosseguimento das investigações.

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