Detalhar o papel de cada um dos 31 presos na operação Proditor, entre quatro policiais militares, agente penitenciário e uma advogada, é o desafio da Polícia Civil após a complexa ação desencadeada no sábado em Caçador, no Meio-Oeste catarinense.
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A polícia afirma que havia ramificações e uma série de crimes praticados por um grupo que supostamente agia na região havia oito anos.
O delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Caçador, Daniel Régis, responsável pela operação, começará nesta terça-feira a interrogar os suspeitos. Ele disse que ouvirá primeiro os que estão presos em Caçador, e depois os que foram transferidos para Florianópolis.
Régis não descarta novas prisões nos próximos dias, principalmente ligadas aos tráfico de drogas e associação para o tráfico. Ele acredita que a partir dos depoimentos chegará a novos nomes de outras pessoas envolvidas.
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Os quatro policiais de Caçador estão presos no 4º Batalhão da PM, na Capital. O auditório da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) abriga a advogada de Caçador que também foi presa.
No parlatório da Deic está preso ainda o agente penitenciário, que era o chefe de segurança do presídio da cidade do Meio-Oeste. Eles não contam com visita e apenas advogados podem acessá-los.
As ramificações e os crimes suspeitos em Caçador:
A ADVOGADA
Marcia Helena da Silva
Cooptaria os PMs a agir para Adelita.
A VIÚVA
Adelita Aparecida Regis
Comandaria o tráfico desde a morte do marido, Eloir Carlos Milani, em 2011. Também atuaria no aliciamento de mulheres para a prostituição.
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OS POLICIAIS MILITARES
Cabo Laudemir Domingues e soldados Leocir André Maurina, Leonardo Andriguetti e Fabio Masaroli.
São suspeitos de fazer escoltas de cargas de drogas que chegavam aos criminosos. Também protegiam o negócio ilícito, cobravam dívidas e prendiam bandos rivais para não levantar suspeita.
O AGENTE PENITENCIÁRIO
Mauro Vieira
Estaria envolvido com os criminosos em supostos serviços para o tráfico de drogas.
OUTROS PRESOS
Seriam responsáveis diretamente pelo tráfico de drogas. Também são investigados por homicídio e tentativa de latrocínio.
Fonte: Diretoria Estadual de Investigações Criminais e Divisão de Investigação Criminal de Caçador.
Contrapontos
O que disseram
MARCIA HELENA DA SILVA
Guilherme Felipe Miguel, advogado de Marcia Helena da Silva, disse que teve acesso ao inquérito nesta segunda-feira, mas que ainda não analisou as escutas telefônicas feitas pela polícia. Ele deve aguardar o encerramento do processo para se pronunciar sobre o caso e fazer uma análise mais detalhada dos elementos que, segundo ele, poderiam comprovar a inocência da cliente.
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ADELITA APARECIDA REGIS
O DC não teve acesso a ela nem ao seu advogado.
O CABO LAUDEMIR DOMINGUES E OS SOLDADOS LEOCIR ANDRÉ MAURINA, LEONARDO ANDRIGUETTI E FABIO MASAROLI
O DC não teve acesso aos presos no 4º Batalhão da PM. A assessoria da PM não informou os nomes de seus advogados. A reportagem fez contato com a Associação dos Praças de SC (Aprasc), mas também não conseguiu descobrir os responsáveis pela defesa dos PMs.
O AGENTE PENITENCIÁRIO MAURO VIEIRA
O DC não teve acesso ao preso na carceragem da Deic. Plantonistas disseram que ele ainda não tem advogado constituído e que irá aguardar o seu depoimento ao Ministério Público para fazer a sua defesa.