A presença de viaturas nas ruas do município é uma das situações que costuma provocar uma sensação maior de segurança aos moradores. Em Blumenau, no entanto, a frota da Polícia Militar está desfalcada desde o fim do ano passado. Nesta semana, a cidade chegou a ficar com apenas três viaturas para serviço ordinário de patrulhamento durante parte do dia. Ontem houve o retorno de mais dois veículos, que somados às unidades do trânsito, pelotão tático e Rocam, elevou o número para entre nove e 10 viaturas – ainda assim, menos do que os cerca de 15 que costumam estar nas ruas normalmente.
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Menos da metade dos 42 veículos que a PM dispõe na frota, contando também veículos especiais como caminhonetes, vans, ônibus e micro-ônibus, está em condições de uso. Aproximadamente 32 viaturas estão paradas porque precisam de algum tipo de manutenção, como reparos em lataria e até troca de airbag.
O comandante da PM de Blumenau, tenente-coronel Jefferson Schmidt, explica que o problema surgiu porque o sistema do governo em que são feitas as requisições para conserto estava indisponível em dezembro e janeiro para um balanço contábil. Nesse período, as viaturas que atuavam nas ruas sofreram algum tipo de desgaste. Com a reabertura do sistema no início deste mês, os veículos voltaram a ser encaminhados gradativamente às oficinas:
– Se eu disser que não houve prejuízo à segurança eu estaria sendo hipócrita, mas nesse caso o impacto foi apenas no tempo-resposta. Se levava de três a cinco minutos para os policiais atenderem uma ocorrência, passou a demorar de seis a sete, mas não se deixou de fazer o atendimento. Tivemos um período ruim, mas com o apoio do Comando Geral e da comandante regional estamos conseguindo erguer novamente as viaturas.
Frota completa até semana que vem
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O analista de segurança Eugênio Moretzsohn confirma que o tempo-resposta maior provocado pela diminuição de viaturas pode prejudicar a resolução de determinadas ações policiais como perseguições, mas cita também as ocorrências de cunho social, como mediação de conflitos entre vizinhos, como um trabalho importante que perde espaço sem os veículos à disposição.
– O policiamento ostensivo pressupõe a presença do policial de modo que tenha visibilidade para a sociedade. Também o deslocamento em viatura é importante para se deslocar e alternar esses pontos de policiamento.
A previsão do comandante era de que sete veículos voltassem às ruas entre ontem e hoje e de que toda a frota de carros usados como viaturas esteja novamente à disposição até o fim da próxima semana, antes do Carnaval. Enquanto as viaturas estavam encostadas, policiais foram remanejados para policiamento a pé na Rua XV de Novembro e na Beira-Rio, algo que deve ser revertido a partir de hoje.
Preocupação e sugestão de fundo para polícias
A redistribuição dos recursos de multas, que passou a ir diretamente ao Comando-Geral da PM, também seria um fator que teria retardado o conserto das viaturas, mas segundo o comando estadual uma solução está em andamento para permitir as manutenções da frota.
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O vice-presidente da Associação dos Conselhos de Segurança Comunitária de Blumenau (Consegs), Osni Luiz Bahr, reconhece a preocupação que o baixo número de viaturas provoca para a segurança da cidade.
– Não adianta termos efetivo se não tiver viatura para fazer rondas, perseguir bandidos. A necessidade de centralizar as autorizações de conserto em Florianópolis cria uma burocracia enorme. Penso que se tivéssemos um fundo de reaparelhamento das polícias, como já tivemos, que fosse gerido aqui com a parceria da comunidade buscando até parcerias com oficinas e lojas de autopeças, poderíamos facilitar esses reparos – propõe Bahr. (Com informações de Osvaldo Sagaz, da RBS TV).