As ocorrências de farra do boi no litoral catarinense diminuíram durante a Semana Santa, período mais crítico de realização da farra, segundo a Polícia Militar de Santa Catarina. Neste ano, a PM confirmou, até esta segunda-feira (22) uma ocorrência envolvendo animais em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, e outra em Porto Belo, no Litoral Norte.
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A primeira foi registrada na sexta-feira (19) pela manhã. Policiais militares foram até o local e conseguiram impedir a farra. O boi, que estava muito assustado e machucado, adentrou no mato e só foi resgatado na manhã de sábado (20), por volta das 8h30min.
O Grupo de Apoio e Resgate (GOR) foi chamado para dar apoio no resgate do animal. Dois policias tiveram lesões leves enquanto auxiliavam na contenção do animal. A ocorrência foi na Rodovia Municipal Francisco Wollinger, bairro Areias do Meio.
Ainda no sábado, durante a noite, policiais evitaram uma possível farra no bairro Campeche, no sul da Ilha. A ocorrência de Porto Belo ainda não foi repassada pela PM, mas ocorreu entre este domingo e segunda (21 e 22).
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Araújo Gomes, avalia como positiva a Operação Quaresma realizada pela PM para coibir os maus-tratos aos animais no período da Páscoa. Segundo ele, houve redução no número de denúncias, de 136 em 2018 para 48 em 2019. Entre as ocorrências confirmadas, de 32 no ano passado foram somente 12 este ano. Além disso, o número de animais apreendidos passou de 24 em 2018 para 11 em 2019.
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— Durante a Semana Santa, que é o período mais crítico da Farra do Boi, nós tivemos um dos melhores desempenhos na prevenção e repressão da farra dos últimos tempos — afirma o comandante.
Para ele, o resultado é reflexo das ações realizadas antes e durante o período da quaresma, quando costuma ocorrer as farras. Durante três meses a PM e a Cidasc realizaram vistorias em propriedades suspeitas de abrigarem animais para a farra do boi. Muitos bois foram apreendidos na época para evitar a farra.
De acordo com Araújo Gomes, a PM intensificou a rede de informantes por meio da aproximação com ONGs e coletivos que trabalham contra a farra do boi, o que ajudou a evitar diversas ocorrências, como no caso do Campeche, onde os policiais receberam informações de ativistas antes de a farra começar.
Por fim, as ações policiais com barreiras nos perímetros onde tradicionalmente aconteciam farra e intervenções nos locais de aglomeração, ajudaram a evitar que se iniciassem as farras.
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— Temos uma redução significativa nas estatísticas, mas a operação segue por tempo indefinido, porque pela nossa experiência, quando a repressão é bem feita na Semana Santa, há uma tentativa de fazer (a farra) na semana seguinte, por isso, a gente segue com a mobilização — acrescenta o coronel.