A Capela Nosso Senhor do Bonfim, em Florianópolis, foi o ponto de encontro de Raphael Fernandes Naldoni, 27 anos e Phillipe Calvet Sousa, 28 anos para concretizar a venda de mil comprimidos de ecstasy, na sexta-feira à noite.

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Preso em julho passado com dois fuzis calibre 556, por policiais do 4º Batalhão de Polícia Militar e em 2011, por tráfico internacional de drogas, pela Polícia Federal, o jovem de classe média Naldoni chegou na antiga capela num Fox branco. Em seguida, Sousa apareceu num Focus prata.

Os dois não saíram dos carros. Pela janela, Naldoni entregou ao parceiro R$ 9 mil em notas novas. Ao passar uma cartela com mil comprimidos de ecstasy para Naldoni, os dois foram surpreendidos pela PM. Sem saída, jogaram a droga e o dinheiro no chão.

Ali perto, na casa de Sousa, a polícia encontrou outros R$ 5 mil em dinheiro, 141 dólares e um passaporte do suspeito com visto de entrada nos Estados Unidos com data de 10 de junho deste ano.

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Dezenas de pessoas saíram dos apartamentos e dos bares na Rua João Meirelles para assistir a prisão. Raphael e Phillipe foram conduzidos para o 4º DP da Capital e seriam encaminhados para a Central de Triagem do Estreito. Os dois carros foram apreendidos.

Coordenada pelo comandante do 4º BPM, tenente-coronel Araújo Gomes, a operação contou com mais de 12 policiais daquele batalhão, incluindo o apoio do 22ºBPM.

A maioria dos policiais participou também da prisão em flagrante de Raphael, no dia 16 de julho passado. O rapaz estava em uma casa, em Coqueiros, com dois fuzis de guerra, de fabricação sueca. Três meses depois, foi solto pela Justiça e agora preso novamente.

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Em 2011, Naldoni foi detido com outras 27 pessoas na Operação Voyage da Polícia Federal. Mais de 100 policiais participaram da investigação que terminou com uma das maiores apreensões de drogas sintéticas já feitas em território nacional: 69.748 comprimidos de ecstasy, 28.294 pontos de LSD, 12Kg de cocaína de alto grau de pureza e 2Kg de skunk (uma variedade de maconha).

A quadrilha de jovens de classe média levava cocaína pura para a Europa e retornava ao Brasil com ecstasy e LSD. Depois da prisão, Raphael foi condenado a quatro anos no regime semi-aberto.

Contrapontos

Raphael Fernandes Naldoni – Disse que é inocente, que a droga e o dinheiro não eram dele. Negou ser traficante. Disse que é designer gráfico.

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Phillipe Calvet Sousa – Não quis falar com a imprensa e não quis dar o contato de seu advogado.