A Polícia Militar e a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) iniciaram nesta terça-feira uma operação para identificar eventuais crimes ambientais. Num primeiro momento, os trabalhos se concentram na Serra e Meio-Oeste, mas devem se estender às demais regiões à medida que as companhias do Batalhão Aéreo da PM forem instaladas no interior do Estado.
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A operação segue até esta quarta-feira. O primeiro dia foi acompanhado pelo comandante geral da PMSC, coronel Nazareno Marcineiro; e pelo presidente da Fatma, Gean Loureiro. Eles sobrevoaram 19 áreas de conservação municipais, estaduais e federais em busca de vestígios de focos de incêndio, invasões, construções clandestinas e desmatamentos.
Nenhum flagrante foi feito no primeiro dia. Porém, segundo o comandante da Polícia Ambiental em Lages, capitão Frederick Rambusch, foram identificados pequenos núcleos de pinus em meio à vegetação nativa no Parque Ecológico da cidade.
Rambusch explica que, neste caso, não há irregularidade e não cabe autuação, mas como o pinus é uma espécie invasora, tende a prejudicar a natureza. Assim, a secretaria municipal do Meio Ambiente será notificada para tomar as providências e possivelmente remanejar as árvores exóticas do local.
O comandante geral da PM e o presidente da Fatma esclarecem que a operação não foi motivada por suspeitas ou denúncias e que um dos principais objetivos foi fazer uma espécie de prova de Lages como futura sede da próxima companhia do Batalhão Aéreo da PM, hoje presente apenas em Florianópolis e Joinville.
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A maior cidade da Serra foi escolhida justamente pela sua localização geográfica estratégica, no Centro do Estado, permitindo à aeronave chegar rapidamente a qualquer lugar. O coronel Marcineiro explica que ainda não há um prazo previsto para a instalação da base, mas garante que trabalha nesse projeto desde 2011, quando assumiu o comando da PMSC. Ele adianta ainda que um grupo de policiais está em fase final de treinamento para esse tipo de trabalho.
O custo de um helicóptero multifunções semelhante aos atuais Águias que a PM catarinense já tem, com capacidade e equipamentos apropriados para combate a incêndios, resgate de vítimas e policiamento ostensivo, é de aproximadamente R$ 5 milhões.
A compra, segundo o coronel, seria viabilizada por meio de orçamento próprio da PM e recursos destinados à Fatma via compensações financeiras de empreendimentos hidrelétricos. Depois de Lages, a próxima cidade a receber uma base aérea da PM deve ser Criciúma.