Em meio à discussão para mudar de endereço que dura mais de três anos, o 10º Batalhão de Polícia Militar de Blumenau vai ficar onde está atualmente, na Rua Almirante Barroso. A direção da PM encaminhou junto à Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) um projeto de reforma do prédio, que sofre com inundações em períodos de enchentes. Mesmo assim, o processo de desapropriação do imóvel que abrigaria a corporação continua em andamento no Governo do Estado e deve ser concluído até o fim do ano.

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::: Polícia Militar e Governo do Estado se desentendem sobre nova sede do batalhão em Blumenau

Os custos com a mudança de endereço somado às adequações do prédio onde funcionou a empresa Lancaster seriam no mínimo três vezes maiores do que a reforma na atual estrutura, de acordo com a tenente coronel da 7ª região da PM, Claudete Lehmkul. A economia associada à posição da atual sede fizeram com que a PM batesse o martelo sobre a decisão em ficar onde está instalada.

– Como havia consenso de que o atual local é conveniente, busquei parceiros e consegui que fosse feito um projeto, elevando a estrutura do batalhão. Após a finalização, vamos atrás de recursos financeiros para reformá-lo – explicou a comandante.

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O porta-voz do comando do 10° Batalhão, tenente Rodrigo Geraldo Siedschlag, garante que a corporação optou por ficar no local por uma questão estratégica:

– Ficou decidido que permaneceremos na região que dá fácil acesso a vários pontos da cidade. Na Oktoberfest, por exemplo, todo o reforço de efetivo deslocava-se a pé.

O secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Cássio Quadros, garante que trabalha para acelerar a desapropriação do imóvel localizado na Rua General Osório, mesmo a PM tendo decidido não utilizá-lo. Assim, afirma que irá procurar novas finalidades para o local:

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– Iremos avaliar o que poderá ser levado para lá, como estruturas da Polícia Civil e Ambiental, por exemplo.

A desapropriação do imóvel chegou a ser anunciada em setembro de 2014 pelo Governo do Estado. No entanto, uma mudança na lei fez com que as negociações fossem retomadas e o processo não foi concretizado. Dessa vez, Quadros garante que faltam somente os pareceres finais das secretarias de Administração e Fazenda antes de finalizar a escritura do imóvel, que ainda não tem destino certo.

Impasse se arrasta há três anos

A história sobre a sede do batalhão já teve diversos capítulos e passou por mudança de estratégia da PM e sequência de burocracias para desapropriar o prédio. Confira:

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Maio de 2012

– O governador Raimundo Colombo assinou junto com o então prefeito João Paulo Kleinübing o contrato de locação da nova sede do batalhão. O novo prédio que abrigaria a PM fica na rua General Osório. A mudança nunca chegou a sair do papel.

Junho de 2013

– O prédio seria doado pela antiga empresa proprietária como abatimento de parcelamento de ICMS com o Estado. No entanto, seria necessário uma autorização legislativa. A intenção era encaminhar o documento à Assembleia até o fim de 2013.

Agosto de 2014

– Durante a passagem de comando, o ex-comandante Cláudio Roberto Koglin e o atual comandante Carlos Alberto Fritz Bueno defenderam que a polícia deveria se manter na rua Almirante Barroso e no local deveria ser construída a nova estrutura.

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Setembro de 2014

– A desapropriação do prédio da Lancaster foi anunciada pelo governador em exercício, Nelson Schaefer Martins, no fim da cerimônia de assinatura da ordem de serviço do prolongamento da Via Expressa. No entanto, não chegou a ser concretizada.

Novembro de 2015

– O processo de desapropriação do imóvel da Lancaster continua em andamento na Secretaria de Administração. No entanto, a PM decidiu que não usará o local. Alguns departamentos estaduais já manifestaram à SDR interesse em ocupar o prédio.