Pedreiros trabalhavam na ampliação da residência de muro branco imponente na avenida Armação, em Penha, quando avistaram um policial entrar com um suspeito algemado e seguir até a casa do caseiro, que fica mais à frente. De longe, e pelos policias estarem à paisana, não conseguiram identificar do que se tratava e pensaram ser um assalto. Somente alguns minutos depois é que foram informados de que se tratava da maior apreensão de maconha do ano na cidade.

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Foram aproximadamente 260 quilos da droga. Uma parte, 30 quilos, foi localizada em um carro que havia estacionado em frente ao imóvel. O restante estava em armários, na dispensa e até dentro do freezer na casa onde morava o casal de caseiros.

A operação que terminou com a apreensão da droga e prisão de cinco pessoas, três delas em flagrante por tráfico e outras duas por suspeita de participação no esquema, começou na noite de quarta-feira. No entanto, a Polícia Militar vinha monitorando os suspeitos há algum tempo.

De acordo com o comandante do Batalhão da PM em Navegantes, tenente-coronel Marco Antônio Otávio, durante apreensões menores em outras regiões do Estado a polícia foi informada de que a droga estava sendo fornecida por um traficante de Penha. Na última terça, uma apreensão de 23 quilos de maconha em Navegantes reforçou a suspeita dos policiais.

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A polícia então montou uma campana onde o casal Ivonei Antunes da Rosa, 28 anos, e Suzane Carneiro, 24, morava. No mesmo local eles também trabalhavam como caseiros há aproximadamente 10 meses. O imóvel é de um empresário de Jaraguá do Sul e costuma ficar fechado nesta época, tanto que estava em reforma.

Suspeito de fazer parte do esquema de tráfico de drogas, Joceli Prado da Silva, 42, chegou à casa em um Kia Soul por volta das 10h30. Os policiais que estavam de campana desde a madrugada abordaram o homem ainda fora da casa e encontraram 30 quilos de maconha dentro do carro.

Foi então que a polícia entrou na casa dos caseiros junto com o suspeito já algemado. Suzane cozinhava quando ouviu a chegada da polícia. Aos poucos os outros cerca de 230 quilos da droga foram localizados dentro da casa. Uma Winchester 380 e um bloqueador de rastreador, usados em roubos de caminhões, também foram apreendidos na casa.

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Oficina

Simultaneamente, outra equipe da polícia fazia buscas em uma oficina mecânica localizada na Praia Alegre. Nada foi encontrado, mas dois veículos, um Audi e um Palio, foram apreendidos. Dois homens foram presos por tráfico e associação para o tráfico de drogas.

De acordo com o tenente-coronel eles são suspeitos de integrar a quadrilha. Os carros apreendidos eram usados para transporte da droga e até o fechamento desta edição não havia sido apurado se os veículos tinham registro de furto.

Dono do imóvel não tinha relação com o crime

Quando a polícia encontrou as drogas na casa do caseiro, fez também uma varredura na residência principal. Nada foi encontrado no local, que estava em obras para a construção de mais quartos e uma sala de ginástica.

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De acordo com a Polícia Militar, tudo leva a crer que o proprietário não tinha conhecimento de que a casa secundária estava sendo usada para armazenar drogas. Ainda confusos com a ação que tomou parte da tarde, os pedreiros que trabalhavam na obra interromperam as atividades. Eles aguardavam a chegada do patrão para saber se continuariam.

Um dos presos tinha mandado de prisão em aberto

Joceli Prado da Silva, preso enquanto transportava maconha, estava com mandado de prisão em aberto pela Justiça do Paraná, conforme a Polícia Militar. Ele é suspeito de ter assassinado um policial civil no estado vizinho. Com ele a polícia localizou duas carteiras de habilitação falsificadas.

Até o que foi apurado na quinta-feira Ivonei da Rosa nunca havia sido preso. A mulher dele, Suzane, porém, já tinha passagem por tráfico. A calma com que ela reagiu à abordagem surpreendeu a polícia. Em momento algum ela tentou negar participação no crime ou chorou.

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Na quinta-feira os suspeitos ainda não tinham apresentado advogado. Questionados pela reportagem se tinham algo a dizer em defesa, preferiram se manter calados.