Moradores de uma comunidade em Araquari reclamam da postura de policiais militares que atiraram em dois cachorros da raça pitbull no sábado, 2. O caso ocorreu durante a manhã, quando os moradores chamaram a Polícia Militar para conter os cachorros, que estavam soltos e já haviam atacado outro cachorro menor, que morreu. No entanto, os moradores alegaram que os policiais atropelaram um dos animais com a viatura, atiraram contra os dois e os deixaram ainda vivos no local. Imagens gravadas em vídeo mostram um dos cachorros, uma fêmea, se arrastando já sem movimento nas patas traseiras, diante da comunidade.

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O dono dos cachorros, o motoboy Yohan Eufrasio, contou à reportagem da NSC TV que os dois estavam em um canil e conseguiram fugir. Eles têm oito meses. Os animais foram levados para uma clínica veterinária e estão em tratamento. Um deles não recuperará o movimento das patas traseiras.

Uma moradora que não quis ter o nome divulgado contou que os animais não são violentos e que não estavam atacando as pessoas, apenas os outros cachorros da rua. Ela afirmou que uma vizinha havia conseguido levar os cachorros para dentro de casa para prender as guias nas coleiras e que uma criança chegou a acariciar um deles antes dos policiais chegarem.

O presidente da CADA, ONG com foco na proteção dos animais de Araquari, Everson de Oliveira, condenou a atitude e afirmou que acionará o Ministério Público sobre o caso. Para ele, a forma utilizada para conter os animais foi errada.

— Se os policiais chegaram para defender a população, deveriam pelo menos ter sacrificado os animais, e não deixá-los sofrendo — reclamou Everson.

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O comandante da 2ª Cia. do 27º Batalhão da Polícia Militar, Luís Antônio Bordim, disse que a PM havia recebido mais de quatro ligações pedindo ajuda e que os disparos foram necessários porque os animais estavam colocando a população em risco. O comandante também afirmou que os bombeiros foram acionados para prestar atendimento aos animais e que os agentes esperaram a chegada dos bombeiros.

— Os detalhes serão apurados em procedimento interno, com as informações de como aconteceu realmente. A informação que chegou para nós é que os bombeiros chegaram até o local e fizeram o atendimento do cão e que só então a guarnição foi embora — informou.